sábado, 12 de fevereiro de 2011

Cheio do Vazio

Em meus gestos
Em meus dias
Em meus propósitos
Em meus sonhos
Tudo tão vazio

Meus gestos não se alteram
Mas a cada momento
Parecem tornar-se mais difíceis
Uma dificuldade que não sinto
Mas que me dissuade de fazer qualquer coisa

Sei que meus dias não se alteram
Mas a cada um deles
Estes parecem ganhar um novo pesar
Um pesar que não sinto
Mas que me extenua

Sei que meus propósitos não se alteraram
Mas quando os miro
Não os vejo como antes
Os enxergo claramente
Mas não mais os admiro

Pelo menos meus sonhos mudaram...
Os poucos que ficaram
Tornaram-se preto e branco
Sem qualquer boa emoção
Agora apenas possuem uma aura deprimente

Em meus gestos
Correntes que não posso sentir, mas também não posso quebrar
Em meus dias
Pedras que não sinto, mas que caem sobre minhas costas levando-me ao chão
Tudo em uma lenta e melancólica melodia

Em meus propósitos
Uma neblina que não posso ver, mas que me impede de admirar qualquer coisa
Em meus sonhos
Completa insensibilidade e daltonismo
Tudo em uma lenta e melancólica melodia

Na realidade
Não há muito que dizer
Só o que há é um desespero profundo
De alguém que não suporta mais essa realidade
E quer livrar-se dela e tenta fazê-lo por meio de poemas