Não imaginava que as coisas fossem ficar assim
Olhar para meus poemas
E pensar
“Quanto tempo não escrevo um poema romântico?”
“Quanto tempo não tenho uma musa?”.
Musa? Rio...
Já mal sei o que é isso
Menti para mim por tanto tempo e com tanta veemência
Sobre não precisar de uma
Só para me sentir menos sozinho e amargurado
Já não tenho mais alguém para dançar com minhas palavras
Muito menos alguém para destinar uma rosa com um poema
Restaram só
As palavras esquecidas, pois nunca foram escritas
E a rosa murcha na floricultura que ficou assim por não tê-la comprado e dado a alguém
Lá fora não chove, nem neva
Sem frio ou calor
Nublado apenas
Mas a verdade é que não faz diferença o tempo lá fora
Sem alguém aqui dentro
Sem essa pequena grande peça
Não faz diferença se lá fora cai o mundo ou se faz um silêncio mortal
Sem ela sempre haverá um “Que” de ausência e consequentemente certa amargura
Com ela também não importaria se neva ou se tem lua cheia
Sempre acharia algo interessante em qualquer fato para aproveitar com ela
Não que dependa tão profundamente de alguém
Por mais que pareça...
Rio de mim mesmo... me sinto ridículo pra falar a verdade
Mas só queria alguém para tentar conquistar
Um pouquinho mais a cada dia, a cada momento
Alguém para quem contaria alguma piada idiota, só para rirmos juntos
Alguém com quem assistiria a um filme, só pra ficar compartilhando aquele momento
Alguém para quem eu me arrumaria, só para me sentir admirado pela pessoa que mais admiro
Alguém com quem cozinharia, só para... Fazermos as coisas anteriores juntos
É... eu só queria alguém que me distraísse de mim mesmo... Alguém que me ajudasse a fugir
Vejo o tamanho desse poema...
Ele não é grande, mas também não é pequeno
Mas pela fome que sinto parece tão pequeno
Mas não é fome de amor... É fome de alguém para amar
Talvez sinta tanta fome... pois sei que algo falta aqui dentro...
Talvez alguém que venha a me ler
Pense que sou algum tipo de monomaníaco depressivo
Talvez seja um pouco...
Mas assim como existem os famintos, os sedentos, os viciados e os curiosos
Existem os românticos... como eu