quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Instintos

Às vezes me deixo cair
No precipício dos teus olhos
Aqueles tão provocantes
Aqueles que chamam os homens
Para seu derradeiro gemido

Algo grita na minha mente
Que a qualquer momento o predador
Pode virar presa
E que estou sendo vítima
De meu próprio feitiço

Você fala que algo em mim te prendeu
Lá no fundo eu me pergunto
Será que eu sem querer também
Nom me prendi a você?
Pergunto-me, para onde foi meu instinto de sobrevivência e meu orgulho?

Vejo olhos alheios
Olharem com cobiça para você
Como leões famintos
E isso mexe com cada impulso dos meus instintos
Você realmente mexe com eles de um jeito inexplicável

Mesmo sendo “minha”
Não se curvou a mim
Um dos sórdidos detalhes mais deliciosos em tudo o que temos
Afinal me diga qual a graça
De uma presa abatida?

Se você se jogasse aos meus pés
Como poderíamos continuar dançando
O nosso jogo onde um tenta em vão superar a si mesmo
E ao outro?
Às vezes não jogamos para ganhar, mas sim para aproveitar.

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