quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Melancolia


Afinal o tempo passou
E com ele a paciência, que me pediam para ter,
Transformou-se em melancolia,
Calma e resignada,
Mas sem qualquer paz

No espelho os reflexos se distorcem
Paz interior deu lugar ao desespero
O sorriso sincero ao olhar vago e perdido
O herói à mais um dentre os que caíram
Miro meus lábios refletidos e neles leio "Por que?"

Por dentro, sente-se o frio
Como um deserto após o por do sol
Sem qualquer alma viva
Apenas o frio, a escuridão
E a solidão

Como um predador ela me perseguiu
À passos silenciosos me cercou,
E agora que estou sozinho
Posso ver os olhos dela prestes a me atacar
Fundos, mas sem qualquer resquício de uma alma

Tudo que queria
Era que toda essa tristeza fosse mais "real"
E não tão "terna" como os braços de uma mãe que me acolhe
Para poder me livrar dela
Transformando-a em lágrimas

Olho para trás
E procuro minha culpa
Procuro descobrir onde errei
Mas não vejo nada entre a escuridão além dos olhos dessa fera
Que me tem entre seus braços

Olho para frente
E rezo para que a próxima noite
Seja diferente desta, e de todas as outras que a antecederam,
E não seja obrigado a lutar pela vida
E vencer até o nascer do novo dia

Nenhum comentário: