segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Será essa nossa dança?

É a Noite
Deixe as sombras envolverem teu corpo
Chame meu nome quando a vida da vela parar de dançar

Às vezes me pergunto
Será essa nossa dança?
Se afastar
Até sentirmos medo de não poder mais enxergar um ao outro
E depois nos aproximarmos até parecermos um.

Às vezes receio te machucar
Com nossa proximidade
Às vezes receio te ferir
Com a distancia que nos separa

A vela está cedendo seu lugar às sombras
Nos vejo tão próximos
Mas talvez por receio lutemos contra estes sentimentos
Afinal a vida nunca foi doce com nenhum de nós dois
Talvez seja medo de simplesmente ganhar para depois perder

É a Noite
Se entregue aos teus mais ocultos desejos
Se entregue a mim

Às vezes lhe olho
E percebo que apesar de todos meus pecados
Você está aqui comigo
Às vezes sinto que você sabe
Cada um de meus pensamentos

Sou uma mente perturbada não nego
Aonde todos vêem vida, eu vejo morte
Achei meu lar nas trevas e aprendi a ser sozinho
Mas mesmo assim quero estar contigo para te ver sorrir

Talvez não esteja contigo
Durante o dia
Mas durante a noite
É a para tua companhia que mais desejo voltar
E eu sempre satisfaço meus desejos

É a Noite
As trevas te envolvem
Sou eu te tomando em meus braços

domingo, 26 de outubro de 2008

Flamme Orkan

Existe algo que pode ser visto naqueles olhos
Além do caos?

Eu fui aquele que despencou em chamas
Numa chuva rubra
De abismo em abismo
Caindo
Contemplando o caos

Derrubar-me difícil é
Mas impossível é me destruir

Cortes se abriam
Enquanto despencava pelo abismo
Mas o calor daquele que é rubro
Me reanimou e deixou meus olhos vermelhos como ele
Em chamas eu caí em chamas agora ascendo

Ele carrega o inferno na sua alma
Se tornou a personificação do Caos

Vejo meu reflexo na água
O rosto e o corpo de um anjo
Mas com os olhos e a alma de um demônio
Abro minhas asas negras, tudo queima
A água ferve, não há mais reflexos

Eu dobrarei o universo apenas para dar um fim nisto
Veja o demônio que você criou

As montanhas temem estar no meu caminho
Veja elas se partindo
Os mares se tornam turbulentos com minha aproximação
Eles fervem com meu pisar
Sim, este sou eu chegando até você

Ele vem brandindo a espada flamejante
Aquela que ilumina e ao mesmo tempo destrói

Contemple
Contemple-me ascendendo em um espiral de chamas
Contemple teu paraíso se tornando cinzas
Contemple teu fim em mim
Contemple teu crepúsculo em minhas chamas

Veja meus olhos
Você pode ver chamas neles?

Preste atenção na minha gargalhada
O som das labaredas queimando
Tudo aquilo que você usou para me fazer cair
Morte, destino, mágoas
Agora tudo ardendo em chamas

O manto vermelho da insanidade
Protege o corpo dele

Me chame de Catástrofe
Eu destruirei tudo que conhece
Me chame de Insânia
Nada pode me parar
Veja o inferno em meus olhos

Você conhece o inferno?
Não? Então olhe nos meus olhos

Me chame de Noite
Não restará esperança alguma
Depois que eu terminar
Me chame de Caos
Minhas chamas devoram tudo

Ele se levanta do inferno
Trazendo este junto consigo

Achou que aquilo me mataria
Eu também achei
Mas estávamos errados
Mas diferente de você
Esse não será meu ultimo erro

Suplique, suplique
Por piedade e clemência
Deixei de ser humano há muito tempo
O resto da minha humanidade morreu quando você selou teu destino

Talvez esteja me destruindo junto de você
Mas quem se importa?

Grite, grite
Por socorro ou misericórdia
Não existe ninguém que se atreva a me parar
Assim como você me teme, todos temem

O furacão flamejante
O anjo caído que agora ascende em labaredas
Levando com ele tudo aquilo que o fez cair
É isso que sou
Eu voltei para me vingar

Apenas pequenos detalhes

O sol já dava seus últimos suspiros
As lâmpadas das ruas e praças já haviam se acendido
Diferente de todo mundo meus passos eram calmos
Parecia tudo tão silencioso e harmonioso
Um silêncio que só pode ser escutado quando se está sozinho

E eu sempre tão bem acompanhado
Pelos mais diferentes indivíduos
Me dava por real conta de que estava sozinho
Afinal no meio de tantas pessoas todos acabamos sozinhos uma hora
Mas eu sempre lidei bem com isso, até aprecio admito

Ao fundo começa a tocar uma musica
Já bem conhecida por mim
Acabo lembrando sem querer de você
Meu momento de calma e harmonia
Some para dar lugar a uma doce e bem vinda turbulência

Sinto um perfume qualquer
Me lembro do teu perfume
Aquele que guardo na memória com tanto carinho
Mas acabo me frustrando por não poder senti-lo
Na gola do meu casaco

Ainda vagando sem um rumo certo
Compro uma garrafa de licor
Sinto não poder dividi-la contigo
E na minha mente doentia soa de um modo
Que por conta disso o licor nem parece ter o mesmo gosto de sempre

Sento-me em um sofá
Acabo também dando por falta
De você encostada em mim, quase deitada no meu colo
Brincando com meu cabelo
Como uma criancinha que ganha um jogo novo

Continuo vagando
Sinto o vento gelado cortando meu rosto
Em primeira reação olho para o lado para oferecer meu casaco para você
Mas só depois disso me toco que você não esta ali
Sem querer acabei me acostumando com tua presença

Meus olhos se perdem olhando para o céu límpido
Mesmo eu que me faço sempre de gelado
Acabo suspirando por lembrar de você
E nossos pequenos detalhes
Você, a companhia que aprecio até mesmo quando tudo que eu quero é estar sozinho