Dois pólos

De um lado...
Sem brisa, sem chuva ou um mísero raio de sol
Apenas uma eterna calmaria...
Uma constante e monótona melancolia

De outro lado...
Tempestades, maremotos, incêndios
Nada menos que a doce amargura do passageiro
Uma imprevisível tempestade

Uma vida sem dúvidas ou incertezas
Totalmente conhecida e prevista
Uma vida de certeza, uma única soberba certeza
Sem escolhas

Outras vida, sem certezas, como o rolar de dados
Andando em um campo minado
Vários passos a serem dados e só um comum...
Todos dados no solo da suposição

Da ordem ao caos
Da calmaria a tempestade

Da monotonia ao imprevisível
Do ciclo ao caminho sem retorno

Do planejado ao desconhecido
Da luz às trevas

Da monotonia da certeza
A emoção do inimaginável

Dois pólos
Num dueto infernal
Dois rumos, duas escolhas, duas vidas
Ausência ou plenitude

Escolha agora
Condenar-se com infinitas escolhas
Ou ausente-se
E estagne sem ter que tomar escolhas

Qual é a danação e qual é a salvação?
Qual você escolhe?
Dor e prazer ou insensibilidade?
Loucura ou sanidade?

Talvez não exista salvação ou danação
À César o que é de César
A cada terra suas flores e seus venenos
Talvez... Afinal o que almejas? O Talvez ou A Certeza?

Demônio

Sou teu pesadelo
Teu fim e teu medo

Sou o demônio que a mediocridade
Da tua mente criou
Para habitar as profundidades dos mais escuros abismos
E justificar teus erros

Sou a maldade que alimentastes
E agora se alimenta de ti

Sussurros

Dance, dance comigo minha amada
Dance em memórias, dance em sonhos
Baila comigo mantendo o calor dos nossos corpos
Baila, baila na música dos nossos sussurros

Deitado na minha cama
Escuto o barulho da chuva
Acordei e estava sonhando contigo
Sinto a falta do teu corpo na minha cama...
Tanta falta

Em lembranças busco tua imagem e tua voz
Numa sombra vejo tua silhueta dançando e aos poucos
Se desfazendo
Nos sussurros do vento escuto tua voz
Chamando meu nome

A cada momento
Meu peito parece que explodirá
Por conta do sentimento que me da forças para lutar
E também que preciso domar
Para não enlouquecer com tua falta

No sonho, tão bela e encantadora...
Exatamente como é na realidade
Seria você uma fantasia que criei
Um sonho perfeito
De tudo que mais desejei?

Dance, dance comigo minha amada
Dance em memórias, dance em sonhos
Baila comigo como se fosse a derradeira vez
Baila, baila na música dos nossos sussurros

Esta tudo tão quieto aqui...
Sem você as coisas parecem sem sentido
Você tirou o sentido do meu silêncio
Pouco a pouco, dia após dia
Com teus sussurros

Silenciosamente nos aproximamos
Silenciosos como a noite...
Apenas com sussurros e às vezes com breves olhares
Dizíamos tudo o que precisávamos
Tudo que o outro precisava escutar

Sinto tanta falta da tua voz
Dos teus olhares
Da tua silhueta
E da tua companhia
Sinto falta daquilo que só você conseguiu ser para mim

Em breve sei que estes sonhos
Dos quais acordo perdurarão pós meu despertar
Irei virar-me e ver teu rosto ao lado do meu
E é por estes dias que luto
Dias que em breve chegarão

Dance, dance comigo minha amada
Dancemos com nossos sonhos, com nosso futuro
Baila, baila com meus desejos
Bailemos com nossos sentimentos, aquela música que só nós conhecemos

Por um sonho

Até onde tu irias por um sonho?

A muito tempo antes de tê-la
Talvez a vida e a morte não fizessem sentido...
Tu nunca aprenderas
A acreditar em sonhos
Por isto... Nunca cogitaras lutar por um

Mas ela...
Estar com ela, fazê-la sorrir
Não seria um sonho?
Não seria o que tu mais aspiras?

Claro, tê-la ao teu lado
Faz-te o mais feliz dentre os homens.
Mas tu sabes muito bem o que importa mais que isto
É o sorriso dela ser sincero.

Tu sabes muito bem
Como dói quando ela não está bem
Pois tua busca frenética é fazê-la feliz
Acima de tudo, fazê-la feliz
A cada dia... A cada momento

É a voz dela
Que desejas ouvir chamando teu nome a cada dia
São os olhos dela
Que almejas adormecer e acordar contemplando
É a silhueta dela
Que tu anseias adormecer abraçando

Teu olhar vagueia pelas janelas
Parece até buscar a alma dela com o olhar
Para abraçá-la
Mesmo que seja apenas em espírito

Durante o dia
Sonhas com o sorriso e o olhar dela
Durante a noite
Deita-te rogando para encontrá-la em sonhos
Afinal ela é teu sonho não?
Seja desperto ou adormecido

Perde-la?
Pesadelo seria, e tu sabes disto melhor que ninguém.
Tão tenebroso é este pensamento
Que se quer ousa cogita-lo
Talvez seja o medo...
De enlouquecer por só pensar nele

Afinal...
Imperador sem imperatriz
Noite sem a bela lua ou cintilantes estrelas
Viveres sem poderes sentir
Este és tu sem ela
Angustiante não?

Tu murmuras que desejas a eternidade para estares com ela
Ela ri... Talvez não te leva a sério
Mas tu sabes o quanto isso é verdade
Afinal a vida parece tão curta agora
Antes a vida parecia tão longa e cansativa
Agora com ela... Tão breve e plena

Belas palavras...
Até parecem uma série de argumentos para persuadir alguém
Palavras de um poético Don Juan
Mas tu sabes que isto, nem um poema chega ser
É uma confissão...
Sem exagero algum, apenas a verdade e nada mais que esta

E tudo que buscas
É segurar a mão dela, olhar bem em seus olhos
E com o mais sincero dentre os sorrisos
Falares do teu amor
Neste momento, tamanha seria tua felicidade
Que sentirias que poderias vencer qualquer batalha

Até onde tu irias por este sonho?
Torná-lo-á realidade
Junto dela lutará por isto
Para ao final de tudo
Poder estar com ela em todos os sentidos
E ter como realidade o mais belo dentre os sonhos

Tanto

Eu tenho caminhado
Tento continuar
Mas parece faltar uma parte minha
Minha mão sente falta de segurar a tua
Meus lábios sentem falta dos teus

Você já não sai dos meus sonhos...
Muito menos dos meus pensamentos
Cada suspiro, cada passo...
Queria você comigo
Aqui

Porque tem que doer tanto?
Porque isso teve que me cortar tão fundo?
Até nos sonhos, que agora não sei mais dizer se são pesadelos, sinto tua falta
Às vezes sinto que estou segurando lagrimas.
Algo irônico para alguém que se quer sentia algo

Meus sorrisos sinceros
Estão cada vez mais escassos
Algo que era tão comum quando você estava aqui
Os que agora dou são apenas simulacros
Para não deixar essa dor me tomar

As noites não são mais como eram antes...
Sinto tua falta na minha cama
Dos teus abraços...
Da tua rítmica respiração enquanto dormia
De poder abraçar o que mais amo...

Sinto falta da tua voz me chamando
Os nomes variavam tanto
Mas isso não importa
O que importa é que era tua voz que me chamava
Sinto falta de chamar-te de “amor” olhando em teus olhos

Eu estava atento a cada detalhe
A cada sorriso que dava e a cada suspiro que deixava escapar
Talvez você esteja um pouco surpreendida
Mas talvez você se esqueça do que alguém apaixonado possa fazer
Ainda mais se esse alguém for eu

Às vezes esmurro alguma parede
Às vezes rosno para o nada
Tento conter a frustração de quando nossos planos dão errado
Tento conter a tristeza de não te ter comigo
Mas simplesmente... Não consigo

Eu jurei vencer
Jurei que o que aos outros provocava a derrocada final
Só me faria batalhar mais arduamente
Eu não falharia não eu.
Ainda mais com a motivação que agora tenho

Alcancei o que ninguém se quer sonhou alcançar
Construí uma torre que se erguia acima das nuvens
Forjei uma armadura dão exata que se tornou parte do meu corpo
Criei máscaras que se tornaram faces por conta de sua perfeição
Sobrevivi às batalhas mais inviáveis...

Agora... Por você... Estou fazendo o que considerava impossível
Descer de uma torre que despreza montanhas, sendo que esta, escadas não tem
Apenas para poder ficar mais próximo de você
Despir-me da armadura que fazia parte do meu corpo
Apenas para você poder me tocar

Arrancar a máscara que já tinha se incorporado a minha face
Apenas para poder beijar-te
E estou vencendo a batalha mais terrível que já travei
Para ao fim dela poder estar com você
Fiz por nós, o que nunca sonhei fazer por mim.

Estamos tão distantes...
E isso dói com tanta intensidade que outros... Se quiser imaginam
Tentamos sufocar a dor esquecendo a saudades
E lembrando apenas que em breve estaremos juntos
Enfim a batalha das batalhas

Posso parecer o homem mais amargurado do mundo
Mas ainda tenho uma grande satisfação
Sei que não luto sozinho, você está comigo.
Lutando também
Afinal fiz por merecer teu amor, e isso me faz o homem mais feliz do mundo.

Podemos parecer distantes
Mas estamos lutando juntos
E nada vai mudar isso
Não importa o que tenha que fazer para conseguir a vitória
O que importa é que a conseguirei

Não importa que tenha que dobrar o universo se preciso for
Nada importará... Além
De que ao final de tudo isso, estejamos juntos.
E possa falar novamente “Te amo”
Olhando nos teus olhos e segurando tuas mãos

Aquele que vem das trevas

O sino urra meia noite
Os primeiros uivos são escutados
Ele se levanta da sua sepultura

As visões estão começando
Os inocentes estão levantando-se de suas tumbas
Eles estão caminhando
Estão em minha volta
Mas não ousam olhar em meus olhos

Os animais o sentem chegando, eles urram por suas vidas
Os cães estão latindo
O vento que vem da floresta apaga as velas, agora só a lua ilumina

Os latidos estão me enlouquecendo
O espelho se quebra na minha mão
Os cacos se encravam profundamente
O cheiro do sangue invade minhas narinas
O ferimento some, não há dor

As velas da igreja se apagaram
Não existe mais sagrado
Ele está vindo

Ele está dentro de mim
As trevas sorriem para minha alma
Seus dentes estão maculados com sangue
Os olhos se abrem
Fulminando minha sanidade

Ele vem do reino dos pesadelos
Seu manto se chama terror
Seus olhos trazem o caos para os que fulminam

Meu sangue escorre pelo chão
Como um rio de morte
O que ele toca perde a vida
As doze notas foram cantadas
O uivo derradeiro

Ele foi aquele que se negou a morrer
Renegou a vontade Dele
Agora está amaldiçoado para a eternidade

Ele carrega a morte consigo

O senhor dos pesadelos
Aquele que reina nas trevas
Seu nome é caos

Escute-os chorando e urrando
Eles estão se aglomerando aos milhares em minha volta
Eles não são inocentes
Não se deixe enganar pelos seus olhos tristes
Pois eles apenas querem devorar a luz da sua “vida”

Aquele que assusta a luz
Ela recua quando está a sua frente
Aquele que vem com as trevas

Não deixo rastros
As trevas os apagam
Não há ninguém para contar sobre a realidade
A morte cala a todos
Menos a mim

O desconhecido
Ele não deseja ser visto
Mas o olhar de desespero dos que o miram prazer lhe da

O primitivo, o cruel
O primevo, o verdadeiro
Eu sou o animal sincero
Aquele que deseja para os outros
Tudo que desejaram para ele

O pior dos demônios
Não é criado pelas trevas
É criado por aqueles que fazem a roda de destruição girar

Eu sou o que colherá a plantação maldita
Distribuindo seus frutos para todos os que plantaram
Peste, Guerra, Fome, Morte
Venha nós ao nosso reino
Á eles o que é deles!

Ele é a justiça mais insana
A ironia da sinceridade
A morte implacável

Nada mais que a verdade insondável

Nada do que conhecemos ou sonhamos
Ele é a besta desconhecida e incompreensível
Ele é... Aquele que vem das trevas