segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Só para você

Os demais pensamentos
Vão pouco a pouco cedendo lugar
A uma eufórica letargia
As palavras que podiam fazer um belo poema
Cedem seu nobre lugar a um beijo

Se esse poema
Parece feito por um menino apaixonada
Ou por um exímio poeta
Ninguém quem poderá dizer
Afinal fora você esse poema não interessa a ninguém

“Tua voz é melodiosa” “Teu olhar é encantador”
E assim descrevemos um ao outro
Incansavelmente roubamos um dos lábios do outro o que este iria falar
Seriamos nós que combinamos ou seria nossa visão
Distorcida pela paixão?

Quando estou contigo
Vêm os poemas a minha mente
Tão facilmente que mal posso organizá-los
Mas quando com calma, longe de você, tento escreve-los
Eles saem com dificuldade...

Eu busquei os vícios
Eu busquei o abismo da loucura
Ciente das fatalidades a que me expunha
E tenho a sensação de que com você tenho tudo que desejei
Seria este o passo derradeiro?

Tudo parece queimar por dentro com tal intensidade
Os olhos alheios já não repreendem
Não me sinto mais pisando no solo firme da coerência
Sinto-me enlouquecer
Sinto-me alem do horizonte...

Ao fim de tudo isso
Dane-se o mundo
Danem-se as convenções e definições
Não existe mais o sentido nas coisas
Talvez tenha enlouquecido...

Será você meu precipício?
Odeio e amo cogitar essa possibilidade
Paradoxo, talvez
Ou até confuso
Estou enlouquecendo e a culpa é tua

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