terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Como um


Engraçado contemplar outra pessoa
Como se você se enxergasse em um espelho
Engraçado saber que existe alguém
Que se mescla com você
Chegando a confundir as duas imagens.

Escuto seus pensamentos juntos com os meus
Como se nossas mentes fossem na verdade uma

Sempre tão orgulhosos
Sempre tão distantes de todos
Agora se comportando de maneira íntima
Mostrando um para o outro
O íntimo que só mostramos para nós mesmos

Dentre tantos pesadelos que nos cercam
Vemos um ao outro dançando como um sonho perdido

Vimos um sonho um no outro
Não tínhamos fé de poder realizá-lo
Afinal sonhos não se tornam realidade
São só sonhos e não passam disso
Mas nós estamos lutando

Enquanto um continuar lutando
O outro estará ao seu lado, fazendo o mesmo, como um

Estamos vencendo
Tudo aquilo que se coloca contra nós
A desilusão, a amargura, a distância
E não pararemos até realmente
Estarmos juntos

Quando as luzes, a música, quando todos os outros se forem
Nós continuaremos um com o outro, juntos

Será esse o fim da nossa batalha, do nosso sofrimento?
Quando Nossa Dança tiver acabado
Quando você estiver em meus braços
Com a cabeça em meu peito
Quando finalmente sejamos um

Ai então, seremos um e nossa única melodia
Será o riso, o gemido, e o pensamento um do outro

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Deturpado...

Porque eu tenho que ver
Teu rosto na penumbra?
A cada noite, a cada passo
Sempre que as luzes se apagam
Lá estará teu rosto, em cada moldura.

Vejo-te tão distante...
Envolta por neblina
Como um fantasma
Mas afinal... Sempre estivemos distantes não é?
Envoltos em neblina, envoltos em mentira.

É duro ver o quanto coloquei a perder
Logo eu, que sempre fiz tudo de forma tão minuciosa.
Um erro e tanto... queimando
Eu acreditei que as chamas seriam como eu...
Que não pudessem lhe tocar, mas eu estava errado.

Só enxergo um império de caos e chamas
Não há mais razão
Apenas sombras dançando e gritando de maneira confusa
Nem mentira, nem verdade
Apenas deturpação.

Queria-te para mim
Mas você continuará sendo um fantasma
Mesmo sendo um fantasma estará se distanciando cada vez mais
Mesmo sendo um fantasma a única coisa que queria era você
...Tão deturpado...

Desde o início
Sempre tão deturpado
As palavras não jogam mais juntas
Essa confissão e minha mente... Iguais
Vejo apenas caos

Você sempre esteve comigo
Sempre que te buscasse com os olhos... Você estaria ali
Agora fujo do teu rosto
Um anjo?
Ou um fantasma?

Sabemos os dois
Que você lerá esse poema
E saberá que é para você
E se ainda valer alguma coisa... Meu sussurro em meio a tanto caos
Tudo que desejo, tudo que quero se resumi ao teu nome.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Será essa nossa dança?

É a Noite
Deixe as sombras envolverem teu corpo
Chame meu nome quando a vida da vela parar de dançar

Às vezes me pergunto
Será essa nossa dança?
Se afastar
Até sentirmos medo de não poder mais enxergar um ao outro
E depois nos aproximarmos até parecermos um.

Às vezes receio te machucar
Com nossa proximidade
Às vezes receio te ferir
Com a distancia que nos separa

A vela está cedendo seu lugar às sombras
Nos vejo tão próximos
Mas talvez por receio lutemos contra estes sentimentos
Afinal a vida nunca foi doce com nenhum de nós dois
Talvez seja medo de simplesmente ganhar para depois perder

É a Noite
Se entregue aos teus mais ocultos desejos
Se entregue a mim

Às vezes lhe olho
E percebo que apesar de todos meus pecados
Você está aqui comigo
Às vezes sinto que você sabe
Cada um de meus pensamentos

Sou uma mente perturbada não nego
Aonde todos vêem vida, eu vejo morte
Achei meu lar nas trevas e aprendi a ser sozinho
Mas mesmo assim quero estar contigo para te ver sorrir

Talvez não esteja contigo
Durante o dia
Mas durante a noite
É a para tua companhia que mais desejo voltar
E eu sempre satisfaço meus desejos

É a Noite
As trevas te envolvem
Sou eu te tomando em meus braços

domingo, 26 de outubro de 2008

Flamme Orkan

Existe algo que pode ser visto naqueles olhos
Além do caos?

Eu fui aquele que despencou em chamas
Numa chuva rubra
De abismo em abismo
Caindo
Contemplando o caos

Derrubar-me difícil é
Mas impossível é me destruir

Cortes se abriam
Enquanto despencava pelo abismo
Mas o calor daquele que é rubro
Me reanimou e deixou meus olhos vermelhos como ele
Em chamas eu caí em chamas agora ascendo

Ele carrega o inferno na sua alma
Se tornou a personificação do Caos

Vejo meu reflexo na água
O rosto e o corpo de um anjo
Mas com os olhos e a alma de um demônio
Abro minhas asas negras, tudo queima
A água ferve, não há mais reflexos

Eu dobrarei o universo apenas para dar um fim nisto
Veja o demônio que você criou

As montanhas temem estar no meu caminho
Veja elas se partindo
Os mares se tornam turbulentos com minha aproximação
Eles fervem com meu pisar
Sim, este sou eu chegando até você

Ele vem brandindo a espada flamejante
Aquela que ilumina e ao mesmo tempo destrói

Contemple
Contemple-me ascendendo em um espiral de chamas
Contemple teu paraíso se tornando cinzas
Contemple teu fim em mim
Contemple teu crepúsculo em minhas chamas

Veja meus olhos
Você pode ver chamas neles?

Preste atenção na minha gargalhada
O som das labaredas queimando
Tudo aquilo que você usou para me fazer cair
Morte, destino, mágoas
Agora tudo ardendo em chamas

O manto vermelho da insanidade
Protege o corpo dele

Me chame de Catástrofe
Eu destruirei tudo que conhece
Me chame de Insânia
Nada pode me parar
Veja o inferno em meus olhos

Você conhece o inferno?
Não? Então olhe nos meus olhos

Me chame de Noite
Não restará esperança alguma
Depois que eu terminar
Me chame de Caos
Minhas chamas devoram tudo

Ele se levanta do inferno
Trazendo este junto consigo

Achou que aquilo me mataria
Eu também achei
Mas estávamos errados
Mas diferente de você
Esse não será meu ultimo erro

Suplique, suplique
Por piedade e clemência
Deixei de ser humano há muito tempo
O resto da minha humanidade morreu quando você selou teu destino

Talvez esteja me destruindo junto de você
Mas quem se importa?

Grite, grite
Por socorro ou misericórdia
Não existe ninguém que se atreva a me parar
Assim como você me teme, todos temem

O furacão flamejante
O anjo caído que agora ascende em labaredas
Levando com ele tudo aquilo que o fez cair
É isso que sou
Eu voltei para me vingar

Apenas pequenos detalhes

O sol já dava seus últimos suspiros
As lâmpadas das ruas e praças já haviam se acendido
Diferente de todo mundo meus passos eram calmos
Parecia tudo tão silencioso e harmonioso
Um silêncio que só pode ser escutado quando se está sozinho

E eu sempre tão bem acompanhado
Pelos mais diferentes indivíduos
Me dava por real conta de que estava sozinho
Afinal no meio de tantas pessoas todos acabamos sozinhos uma hora
Mas eu sempre lidei bem com isso, até aprecio admito

Ao fundo começa a tocar uma musica
Já bem conhecida por mim
Acabo lembrando sem querer de você
Meu momento de calma e harmonia
Some para dar lugar a uma doce e bem vinda turbulência

Sinto um perfume qualquer
Me lembro do teu perfume
Aquele que guardo na memória com tanto carinho
Mas acabo me frustrando por não poder senti-lo
Na gola do meu casaco

Ainda vagando sem um rumo certo
Compro uma garrafa de licor
Sinto não poder dividi-la contigo
E na minha mente doentia soa de um modo
Que por conta disso o licor nem parece ter o mesmo gosto de sempre

Sento-me em um sofá
Acabo também dando por falta
De você encostada em mim, quase deitada no meu colo
Brincando com meu cabelo
Como uma criancinha que ganha um jogo novo

Continuo vagando
Sinto o vento gelado cortando meu rosto
Em primeira reação olho para o lado para oferecer meu casaco para você
Mas só depois disso me toco que você não esta ali
Sem querer acabei me acostumando com tua presença

Meus olhos se perdem olhando para o céu límpido
Mesmo eu que me faço sempre de gelado
Acabo suspirando por lembrar de você
E nossos pequenos detalhes
Você, a companhia que aprecio até mesmo quando tudo que eu quero é estar sozinho

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Por trás das trevas

A noite é clara
A luz Dela é fria

É o meu reflexo no espelho
Meu reflexo verdadeiro
Agora está tudo revelado

A luz fria queima minha pele
Meu corpo se contorce
As correntes não podem me prender
Sinto o segundo despertar

Desejos e demônios que jaziam nas trevas
Ascendem saindo do abismo escuro

Minha visão se torna distorcida
Os instintos uivam no lugar do pulsar do meu coração
A sede me queima por dentro

Minha visão não enxerga mais limites
A insânia bestial me transforma em um deus
Tudo abaixo das minhas patas
O imperador perdido no abismo entre a besta e deus

A casca que ocultava
Queima com o despertar

A doce melodia vem a mim
Começo minha obcecada caçada
Uivos anunciam minha marcha

Com suas calmas notas
Consigo contemplar minha presa
Seu corpo dançando
Como um desejo que brilha nas chamas

Os cheiros tocam uma melodia
Que só ele pode sentir

Meu rastro arde como o inferno
Agora quem esteve no meu caminho não passa
De memórias por terra

A sinfonia do horror que me anuncia
Perfura a noite
Fazendo tremer a terra
E gelar a tua espinha

Ele esta lá
Por trás das trevas

Olhe para onde havia trevas
Agora a luz ilumina
Contemple a face do caos

Meus filhos cantam
Enquanto te rodeiam
Eles bailam a tua volta
Sabem que você não pode correr

A cortina negra queimou
O fogo destrói tudo que toca

Você me olha nos olhos
Sabe que deve correr
Mas quer sentir as chamas que só eu posso acender

Tenta retroceder
Mas não consegue se afastar
Meus olhos de predador te fascinam
Mas sei que aprendeu a lutar contra isso

Propostas irrecusáveis
Ele conhece cada palmo do que você tenta esconder

Tenta lutar contra mim
Empunha uma espada de prata
Mas não consegue me ferir

Sabemos os dois que um golpe a mim
Seria um golpe a ambos
Mas você está lá sem se render
A eterna caça

A presa que eu sempre busquei, para mim
O desejo que clama para ser saciado, para você

Na nossa insana dança
Cruzamos a noite
A luz fria começa a sumir no horizonte

O furor começa a virar cinza
O deus bestial começa a sumir nas trevas
Agora como homem ele jaz nos braços dela
Com a máscara de trevas ele ocultará sua verdadeira face
Até o próximo despertar

Instintos

Às vezes me deixo cair
No precipício dos teus olhos
Aqueles tão provocantes
Aqueles que chamam os homens
Para seu derradeiro gemido

Algo grita na minha mente
Que a qualquer momento o predador
Pode virar presa
E que estou sendo vítima
De meu próprio feitiço

Você fala que algo em mim te prendeu
Lá no fundo eu me pergunto
Será que eu sem querer também
Nom me prendi a você?
Pergunto-me, para onde foi meu instinto de sobrevivência e meu orgulho?

Vejo olhos alheios
Olharem com cobiça para você
Como leões famintos
E isso mexe com cada impulso dos meus instintos
Você realmente mexe com eles de um jeito inexplicável

Mesmo sendo “minha”
Não se curvou a mim
Um dos sórdidos detalhes mais deliciosos em tudo o que temos
Afinal me diga qual a graça
De uma presa abatida?

Se você se jogasse aos meus pés
Como poderíamos continuar dançando
O nosso jogo onde um tenta em vão superar a si mesmo
E ao outro?
Às vezes não jogamos para ganhar, mas sim para aproveitar.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sem rumo

Deixe-me dançar com a minha vida
Deixe-me bailar com o Crepúsculo

Pelas ruas vago
Cambaleante e sem rumo
Vejo a queda
Vejo a miséria, o caos, a fome e a peste.

As sombras ocultam
Meu olhar de desgosto
Minhas assas escondem
Meu corpo agora já debilitado

Meu orgulho
Me fez cair, de abismo em abismo
Agora por ele, procuro minha ascensão

Tornei-me uma lenda
Uma farsa, um fato

Meus atos são nobres
Tento erguer todos
Me orgulho disso
Mas será que algo poderia me fazer parar de cair?

Para alguns sou um anjo
Aquele que sempre tem razão
E faz o possível para não deixar ninguém cair
Mas quem enxerga o caos nos meus olhos?

A cada passo
Busco alguém que me faça ascender
Tenho objetivos, mas não sei meu rumo

Eu conheço o abismo
Eu conheço o céu

Talvez esteja caminhando
Para meu próximo abismo
Uma nova queda
Mais um crepúsculo

Só espero
Que nessa minha jornada sem rumo
Encontre minha derradeira queda
Ou o anjo que me ajudará a ascender

Sou o anjo caído
Não quero mais puxar ninguém
Mas eu busco o anjo que me fará me levantar

Além

Lá vou eu novamente
Tentando mais uma vez ser um bom poeta
Escrevendo sobre tudo que por você meu coração sente
Tentando retomar nossas declarações com um papel e uma caneta

Às vezes sinto que subi tão alto
Que minhas sinas não podem mais me alcançar
Sinto que agora o motivo que escolhi para me mover é mais doce que todos os outros
Que estranho, parece que esse amor supera minha capacidade de poetizar.

Não sei mais se devo comparar o fato de te amar
Com uma montanha ou com um abismo
Mas comecei a não mais me importar

Se soubesse o quanto é difícil tudo isso mensurar...
“Te amo”
Mas suponho que ao menos dê para você imaginar

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Só para você

Os demais pensamentos
Vão pouco a pouco cedendo lugar
A uma eufórica letargia
As palavras que podiam fazer um belo poema
Cedem seu nobre lugar a um beijo

Se esse poema
Parece feito por um menino apaixonada
Ou por um exímio poeta
Ninguém quem poderá dizer
Afinal fora você esse poema não interessa a ninguém

“Tua voz é melodiosa” “Teu olhar é encantador”
E assim descrevemos um ao outro
Incansavelmente roubamos um dos lábios do outro o que este iria falar
Seriamos nós que combinamos ou seria nossa visão
Distorcida pela paixão?

Quando estou contigo
Vêm os poemas a minha mente
Tão facilmente que mal posso organizá-los
Mas quando com calma, longe de você, tento escreve-los
Eles saem com dificuldade...

Eu busquei os vícios
Eu busquei o abismo da loucura
Ciente das fatalidades a que me expunha
E tenho a sensação de que com você tenho tudo que desejei
Seria este o passo derradeiro?

Tudo parece queimar por dentro com tal intensidade
Os olhos alheios já não repreendem
Não me sinto mais pisando no solo firme da coerência
Sinto-me enlouquecer
Sinto-me alem do horizonte...

Ao fim de tudo isso
Dane-se o mundo
Danem-se as convenções e definições
Não existe mais o sentido nas coisas
Talvez tenha enlouquecido...

Será você meu precipício?
Odeio e amo cogitar essa possibilidade
Paradoxo, talvez
Ou até confuso
Estou enlouquecendo e a culpa é tua

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Frases

Vou tentando responder
A cada poema que me faz
Pouco a pouco
Minhas palavras vão se esgotando
E fico procurando por frases tão lindas quanto você

Então me vem à mente
Quando estamos juntos
Abraçados
E em seguida vem a minha mente quando você se despede de mim
E nesses horas meu único consolo é saber que te verei no dia seguinte

Com você
Meu clássico aperto no peito
Some
E minhas preocupações simplesmente
Parecem ceder lugar a uma entorpecente euforia

Sinto que a cada momento contigo
É um momento que tento te conquistar mais
Tentando te tornar mais “minha”
Mas também acabo sendo conquistado mais
Como se bailássemos numa dança em que um tenta se sobrepor ao outro

Você realmente sabe me deixar sem saída, quando não me tira as palavras falando
Tira-as tomando da minha boca com teus lábios
Uma coisa que poucos imaginam é como é difícil responder um “Te amo”
Quando você não pode, nem quer, mensurar
O quanto gosta da pessoa, em uma frase tão simples.

Noites a fio


As janelas batem, a chuva as flagela incessantemente
Ao fundo se escuta a décima segunda badalada
Teu coração dispara, inconscientemente notaste minha presença
O vento entra pelas janelas apagando as velas
Você escuta meus passos atrás de você

As trevas nos envolvem
Te tomo em meus braços
Sinta minha respiração na sua nuca
Murmuro meus indecentes e mágicos desejos
Ao pé de seu ouvido

Tuas pernas tremem querendo te jogar ao chão
Mas eu te prendo contra meu corpo
Nos dançamos em meio a penumbra
Nossos corações e suspiros dão a musica
Te beijo intensamente, e te deito na cama

Nossos corpos continuam dançando
Nos entregamos a esse amor que nunca teve nada de inocente
Sentimos que subiremos ao paraíso juntos
Mas nossos corpos parecem arder no fogo do inferno
E nossa vida parece que se esvairá no próximo suspiro

Entre incontáveis suspiros gemo ao pé do seu ouvido meu amor
“Agora teus gemidos de prazer são minha única melodia”
Queimarei no paraíso junto a ti
Noites a fio te tomarei para mim
E por incontáveis vezes nossos corpos se farão apenas um

Dark Land

Início

Lá os mares urram
Os céus estão em chamas
O paraíso se tornou nefasto

Contar-vos-ei a lenda de um lugar maldito
Uma ilha afastada do mundo
Onde os filhos da noite travam seu ultimo e eterno combate

Das trevas surge um lobo
Que constrói com o seu sangue e com sangue alheio
O campo de batalha
Mas as coisas não iam bem

Os guerreiros pediam sangue
Queriam construir sua historia em cima de ossos
Eles clamavam por mais furor

Dentre os guerreiros vampíricos
Um que havia a primeira vista aparecido sem mais pretensões
Começa a se destacar

O lobo senhor daqueles campos de batalha
Nota o potencial do vampiro
E para ele concede seu trono de poder
Aquelas terras encontraram um novo senhor.

A cada passo uma nova era
E será que existe amanhã?


Dark Lady

Os ventos
Provocados pelos gritos dos vampiros
Clamavam por um novo líder

Os exércitos vampirícos careciam de um novo líder
Todos se levantavam para o ser
Mas esse título não poderia a qualquer um ser dado

Pelo senhor daquelas terras
O enigma seria dado
Uma nova disputa se iniciava
Qual seria o vencedor?

O enigma havia sido jogado
A espada estava encravada na rocha
Quem teria o espírito para tirá-la?

Merlim enfincou a espada na pedra
Vários guerreiros fortes tentaram tira-la
Tudo em vão, cada gota de suor, em vão

Assim tudo se deu
Até que uma vampira fez sua tentativa
Com uma resposta obvia, mas que ninguém cogitaria
Resolveu o enigma

Por estar de baixo do nosso nariz o obvio é o ultimo que olhamos
“Você a colocou lá, você sabe como tirar”


Nascer da morte

Com o grande crescimento
Grandes pestes aparecem
666 guerreiros

Essas terras viviam um período prospero
A cada dia mais guerreiros sedentos de sangue
A ela chegavam

Mas a morte começaria a passear
Impunemente por aqueles campos
Levando alma por alma
Nascia o Deathlord

O novo enigma era lançado
Quem carregaria o fardo dos mortos?
Os corpos pesariam

Com correntes ela foi amarrada ao fardo
O arrastaria até que alguém resolvesse seu mistério
Quem teria coragem de olhar no fundo dos olhos da morte?

As palavras eram ditas com pesar
“My name I stained
with the blood of my victims
from the end to the very start”

Quem seria mais terrível encarar
A morte ou a vida?


Mortos

Atraído por um chamado
Um uivo desesperado
Ele inconscientemente vinha em socorro dela

O tempo daquela que carregava o fardo dos mortos
Estava se esgotando
A cada dia um guerreiro morria

Um jovem guerreiro chega
Nada perecia superar sua insolência e arrogância
Pouco a pouco em sua infantil loucura
Começa a olhar na face do mistério

A resposta era obvia
Mas não podia ser enxergada
Quem melhor que um filhote louco para notá-la?

O tempo esgotara
O sangue dela escorria
Numa atitude desesperada, mas bem pensada ele responde

A ciclo não poderia girar ao contrario
Mas ela voltaria maior do que um dia já foi
Agora ela voltava como líder
E aquele filhote inconseqüente tornava-se general dos infernos

Tudo caminho a frente, mesmo que pareça voltar
Até mesmo o pós-vida tem um alem.


Inicio de uma nova batalha

Tempos conturbados se anunciavam
O antigo senhor daquelas terras havia “morrido”
E os exércitos pareciam perdidos

Nova ordem naquele lugar se erguia
Mayara agora era a senhora daquelas terras
E Panydes agora se tornava a líder dos lobos

Das trevas pouco a pouco um misero zumbi
Começa a tomar a forma de um dos vampiros mais poderoso daquele lugar
Merlim estava de volta
E agora erguia a espada que comandava as legiões vampirícas

De um lado o antigo senhor daqueles campos e as legiões vampirícas
De outro
A que carregava o fardo dos mortos e as hordas licans

Um antigo lobo garantia a vitória
Dois vampiros tinham no estandarte as cabeças de seus oponentes
O general dos infernos lutava como um condenado contra uma vampira que carregava junto ao peito

Os lobos encontraram uma triste derrota
Sua líder havia desaparecido
E poucos deles ainda restavam
Mas eles voltariam a se reerguer

Quem cairia amanhã? Quem levantaria dos infernos?
Quem melhor que a areia para responder isso?


Ascensão

Um líder cai
Outro se ascende
Num jogo de eternas luzes que se ofuscam

A antiga líder lupina havia desaparecido
O lugar de líder das hordas licans estava vago
E como tudo no universo isso também girava

Pelo vampiro que agora não era nem senhor nem líder
Apenas uma das figuras mais ilustres daquelas terras
Era lançado um novo enigma
Para escolher alguém que merecesse o posto de líder

Muitos cobiçavam
Muitos lutavam por
Mas poucos poderiam realmente o ter

Vários lobos surgiam para obter o prêmio
Eram lobos, mas pareciam corvos que espreitavam um cadáver
Mas daquele confronto só sairia um vencedor

Alguém respondia ao enigma
O antigo general dos infernos agora era o novo Warlord
Ele saia do posto de simples guerreiro
E assumia de fato o lugar de líder

As vezes a seleção natural parece errar
Mas os erros nada mais são que acertos não maduros


Novos olhos

Pouco a pouco
O ódio ia perdendo sua razão
Como uma chama que quer avançar sobre o mar

Muito tempo se passou
Desde o inicio da guerra
Cabeças rolaram e tiros foram escutados

Uma idéia já tinha raízes na mente de um antigo general
Essa idéia era a de paz entre ambas as raças
Ao ver dele
Por que irmãos de trevas tinham que ser inimigos?

A idéia parecia forte
Mas apenas um general não poderia sustentá-la
Ele precisaria de apoio para isso

Uma vampiresa conhecida por muitos
Compartilhava das mesmas idéias
Daquele já velho general

Agora juntos
Naquelas terras eles erguiam uma nova torre
Um novo império nascia
A terceira ordem

Adversários não são inimigos
E muitas vezes não existiriam um sem o outro

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Mais e mais

Fecho os olhos e inspiro calmamente
Teu perfume que está na minha camisa
Invade meus pulmões
E como um gás alucinógeno
Vai tomando minha mente

Pouco a pouco vou lembrando
Das nossas cenas
Cada sórdido detalhe
Cada carícia lenta e apaixonada
Cada gesto nosso

Olho-te nos olhos
E sinto que a medida de quanto te tenho
É a medida de quanto mais te desejo
E a cada momento contigo
Vou te desejando mais e mais

Mas quando estou longe de ti
Me dou conta do espaço que existe no meu peito
O espaço em que você sempre deita a cabeça
Sinto tua falta como se estivesse me faltando um pedaço
E isso me faz te desejar mais e mais

Quando te vejo dançar
Provocante e lentamente
Estreito os olhos
E penso que você é algum reflexo
Fugitivo de algum dos meus sonhos reprimidos

Sempre tão linda
Te vejo na luz e percebo toda sua beleza
Quando à meia luz vejo o brilho que só seus olhos tem
Quando sem luz, procuro sentir teu corpo com o meu
De algum modo estou sempre contemplando tua beleza

Desejo-te
Mais e mais a cada momento
Com todo meu corpo
E com toda minha alma
E clamam para ser um junto a ti

domingo, 3 de agosto de 2008

Ao pé do teu ouvido

Murmúrios e sussurros
Belas músicas ao fundo
Deixe-me murmurar no teu ouvido
O quanto gosto de você
Bem baixo para que só você possa escutar

Eu poderia gritar
A altos brados para todos ouvirem
O quanto te amo
Mas nunca me importei com a opinião alheia
Por isso a eles nada interessa o quanto te amo

Coisas importantes como essa
Só interessam a você
Deixe-me sussurrar no teu ouvido
O quanto gosto de você
Bem baixo e com carinho infinito

Nossos lábios se tocam
A meia-luz ilumina teu rosto
E quando lhe olho novamente
Teus olhos estão fechados e você sorri de leve e magicamente
Como se estivesse sonhando

Lembro dos poemas que você me escreveu
Leio e releio cada um deles
E fico imaginando
Teus lábios se movendo calmamente enquanto
Sussurrá-os

Poderia até dizer
“Por você faço o possível e impossível para ser perfeito”
Mas isso seria uma mentira se falasse agora
Pelo simples motivo
De não me preocupar com perfeição em relação a nós

Simplesmente te adoro
Sem me preocupar com o que os outros acham disso
Sem me preocupar com as definições que usaremos para descrever
Pois isso nada mais faz alem de nos limitar
Apenas me deixe sussurrar meu amor ao pé de teu ouvido

Mais esta noite

Já é madrugada
Penso em você
E as palavras para uma nova poesia
Vem numa torrente, como uma grande cascata

Olho para o espaço na minha cama
E imagino que podíamos estar juntos
Podia te ter em meus braços por mais tempo
Sentir teu coração pulsando e o cheiro do teu perfume

Sinto falta dos teus lábios
Tirando as palavras da minha boca
Sinto falta do teu corpo
Contra o meu, dançando e dançando

Sinto que meus desejos
Se tornaram uma faca de dois gumes
Desejava alguém que de algum modo
Fizesse-me pensar menos, e agir mais instintivamente

Agora eu encontrei
E mal consigo escrever este poema
Tantos sentimentos, que não consigo organizá-los
Como a noite, que não pode ser parada

Mais esta noite
Dance comigo, dance querida
Ao passo do pulsar dos nossos corações
Deixemos suas batidas darem nossa musica

Agora com você em meus braços
Entrelaço nossos dedos
E com desejo murmuro ao pé do teu ouvido
“Aceita ser minha, amor meu?”

E se gosto de você cada vez mais?

Você fala que sou um bom ouvinte
Mas eu sei que falo de mais para o ser
E tenho certo receio
Que você se canse
Mas fazer o que... Adoro a magia das palavras

Estou fazendo esse poema
Mas só o que queria
Era contigo estar
Falando ele em seu ouvido
Ao passo de cada elogio

Sabe porque?
Pelo simples fato de que isso é tudo que eu acho
E também
Porque, segundo você própria, sou um sedutorzinho
E adoro lhe ver sem jeito, sem saber exatamente o que fazer

Meus poemas são longos
Sou sempre tão romântico e cavalheiro
Cansei de ter tudo sobre tão pleno controle
E você me faz perder um pouco a ação, faz tudo mais natural
Um dos motivos para gostar tanto de você

Se falo ou não te amo
Não me importo
Afinal isso seria só uma palavra
Por isso prefiro em vez de ficar falando
Ficar medindo teu silencio, tuas palavras e teus olhos

Você tem a mania de achar que me incomoda
Só porque fico em silencio perto de você
Mas você é justamente
Uma das pessoas que mais gosto ter perto de mim
Adoro te ter ao alcance das minhas mãos

Mas odeio ter que me despedir
Odeio ter que dizer
”Au revoir”, “Tchau”, “Até mais”
Por isso deixarei esse poema, que nem é tão poético
Sem um fim exato.

Lúcifer


Seu nome blasfema a vida
O anjo caído

Fui o anjo mais brilhante
Subi ao mais alto patamar
Enfrentei as hostes sagradas
Corrompi os anjos.
E fui condenado por ser realista.

Provei com o meu supremo orgulho
Que o Altíssimo
Não passava de um mero e mesquinho demônio
Meu “erro”
Seu erro

A voz dele amaldiçoa os sete ventos
E fazem brisa tornar-se tempestade

Estive lá
Quando a humanidade cedeu
Aos meus propósitos
Antes mesmo de conhecer o bem e o mau
Eu sou a face da tentação

Estive lá
E corrompi Sodoma e Gomorra
Provoquei o pecado até mesmo Nele
Fiz a ira Dele
Destruir sua própria criação

Ele conhece cada palmo do que está oculto
Cada desejo, cada medo, cada fraqueza

“Meu nome é legião
Porque nós somos muitos”
Estou em cada canto desse mundo
Dentro de cada um há minha semente
A humanidade me conhece muito bem

Sou eu o flagelo da humanidade
Aquele que pelo vento carrega as pestes
Pelo mar afoga os marinheiros e engole os barcos
Pela terra devora os templos Dele
E pelas chamas castigo as almas humanas

Ele é o imperador maligno
Que só o império pode parar

O nome Dele não deve ser evocado
Em vão
O meu quando é declarado
Faz os reinos afundarem
Em caos e desespero

Minhas palavras carregam razão
Eu conheço cada uma de tuas franquezas
Cada um de teus medos e desejos
Você teme escutar minha voz ao pé de seu ouvido
Eu sou a proposta irrecusável

Ele é o portador da luz
É o senhor das chamas da destruição

A humanidade me teme
Mas me aceitou
Ela me conhece muito bem por sinal
Ela poderia fazer o que Ele não fez
Mas será que ela realmente está preparada pra isso?

Sussurros na noite

Na penumbra dança uma pena
Escrevendo a negro sangue
Sussurros sobre as alvas paginas

Um homem de mil faces
Varias bocas para beijar a noite
Olhos que vêem varias estórias
Para cada musa um herói
Poeta das sombras...

Meus olhos vêem as lamurias de seu sorriso
Meus olhos vêem o homem sem reflexo
Meus olhos vêem a bela musa que se esconde atrás de uma máscara
Muitos olhos
Assim como a noite

A penumbra dança com ele
O violino sem cordas toca
Feliz mergulhou em sua loucura

Preso a corrente
De por enigmas e metáforas falar
Sobre mim, de maneira simples me expressar
Não é permitido
Poeta das sobras...

Senhor das frases já citadas
Fui preso pela minha mais querida musa
As palavras limitam a boca
Enquanto estiver falando não poderá beijar
Mas ainda me resta a noite para me acabar

Escutando as razões dos loucos
Sem uma face clara
Ele é assim... Poeta das sombras

Mea Culpa?

Lá no fundo
Tenho medo que a lua não volte a aparecer
Caso algo realmente lhe acontecer

Sinto que de algum modo
Tornei-me responsável
Por tuas lagrimas caso elas caíssem
E pelos teus sorrisos caso os desse

Às vezes sinto-me tentado
A fazer promessas que sinto que não impossíveis
Que farei tudo valer a pena
Só queria poder falar isso
Sem medo de falhar...

Por você esqueço algumas promessas
Promessas não impossíveis
Mas que fiz a mim mesmo

Sem você pedir
Por você feri o que mais amo
Meu orgulho
Porque lhe amo, mas lhe odeio... Ao mesmo tempo

Senti coisas que não me permitia
Duvidei de mim mesmo
Em relação a isso eu me perco
Não sei se devo lhe odiar
Admirar ou amar...

Porque você tinha que fazer isso comigo?
Porque você tinha de me amaldiçoar/abençoar desse modo?
Você me livrou das minhas sinas, me fez um humano fraco.
Blasfemo teu nome por ter feito isso, eu te odeio.
Mas tudo isso porque
Do fundo do meu coração eu te amo

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Meia-Noite

A vida se cala
Os puros foram para lugar nenhum
A luz já não jaz

A primeira badalada
Os demônios cantam
Media nox! Media nox!

Os mausoléus abrem suas portas
Eles vêm do império das sombras
Os mortos brotam da terra
As legiões ascendem do inferno

Os sinos das catedrais negras gemem
As orações foram esquecidas
É A Noite, Meia-noite

A segunda balada
Os mortos uivam
Media nox! Media nox!

Os versículos não podem ser lidos
Na escuridão que se abate sobre a terra
A luz recuou com medo
Não há mais esperanças

O canto maldito ressoa
Tampe os ouvidos para não escutá-lo
Ou a loucura pode te tomar

A terceira badalada
Os fantasmas dançam
Media nox! Media nox!

A janela da razão foi quebrada
A terra se tornou negra
Morta, ela esta morta
O pisar deles amaldiçoa a terra

O mal foi semeado
Os filhos da noite chegaram
Eles estão aqui

A quarta badalada
O tempo geme
Media nox! Media nox!

Agora os pesadelos são a realidade
O réquiem é maldito
Os redentores se foram
Os heróis foram esquartejados

Media nox obscura est

Ele é o cavalo de chamas
Nos seus demoníacos olhos não há razão
Seu galopar ressoa profundo na noite

A quinta badalada
A esperança foi amaldiçoada
Media nox! Media nox!

Ele vem montando Desespero, o cavalo em chamas
Seu
manto é negro
Ele é o espírito primevo
Seu nome é Caos

Você não vê, mas sente
Olhos lhe observam
Dedos gelados o tocam

A sexta badalada
Os espíritos rugem
Media nox! Media nox!

A criança chora
O filho caçula da Noite chegou
De leve assopra sua nuca
É ele quem amaldiçoa teu sono, Medo

Quando o perigo é bem real
Mas a racionalidade não permite lidar com os fatos
Ele sai de sua toca.

A sétima badalada
Deus está morto
Media nox! Media nox!

Ele devora teu coração ainda pulsante
Retalha tuas entranhas
Teus gritos dão nome a ele
Pânico mostra suas presas

Sua lamina é a nota inicial dos réquiens
Seu beijo é extasiante
Seus lábios são cálidos

A oitava badalada
O miasma penetra teus pulmões
Media nox! Media nox!

É ela quem detém o corte exato
A musa mais desejada
Aquela com que todos se deitam
O crepúsculo da vida seu nome é Morte

Media nox obscura est

Ela vem arrastando suas correntes
Uivando e chorando pela noite
Ela entra no teu último templo

A nona badalada
Os gemidos penetram teu coração
Media Nox! Media Nox!

Acorrenta teus braços e pernas
Geme suas mágoas ao pé de teu ouvido
E murmura sobre os demônios que jazem nas trevas
Ela se chama Angústia

Os mais poderosos seres do inferno
Agora caminham sobre a terra
Os sete estão marchando

A décima badalada
O Olho esta se abrindo
Media Nox! Media Nox!

Aqueles que odeiam tudo que é sagrado
Riem dos salmos, escarram nos crucifixos
Eles são os sete maiores demônios
Que vêm comandados pelo anjo caído

Ele não tem face
Sem calor, sem vida
Ele é o imperador dos mortos

A décima primeira badalada
O canto esta se completando
Media nox! Media nox!

O senhor de todos que se foram
O mais poderoso deus esquecido
Seu nome é Invisível
Hades o imperador sem face

O circulo está completo
O canto encontrou sua derradeira nota
O portal se abre

A décima segunda badalada
O Olho da Noite se abriu
Media nox! Media nox!

Até mesmo os imortais se calam
O Olho da Noite agora enxerga
Os mundos se unem
Os limites se foram

Media nox obscura est
Media nox! Media nox!
Media nox obscura est
Media nox! Media nox!

Os impérios se tornam um
As trevas engolem a tudo
As doze badaladas soaram
O universo se calou
O silencio cantou
A música profana
O mal agora reina

Media nox! Media nox!
Media nox obscura est
Media nox! Media nox!
Media nox obscura est

Gottes verdammt Das Kaiser

A lei está presa
Condenado! Condenado!

Numa mão o cetro supremo
Na outra a espada da justiça
Sua coroa é sua máscara

Meus olhos estão sobre o império
Minha mão está por trás e à frente das legiões
Meu nome não é evocado
Estou mais próximo ao céu
Do que qualquer homem

Construí a mais alta torre
Tão alta ela se ergue
Que está acima das nuvens de angústia
Tão alta a construí
Que não há mais como descer dela

A ordem se foi
Condenado! Condenado!

Meu nome não existe mais
Ele não pode ser dito
Minha alcunha é temida
Só ela é lembrada
Não pertenço ao mundo dos mortais

Minha face não pode ser vista
Ela foi arrancada
Minha coroa é minha maldição
Ela é o estandarte
Não pertenço ao reino dos homens

Deus salve o Imperador
Condenado! Condenado!

Acima de Deus, acima de todos
Acima das Bestas, acima da verdade
Acima do Homem, acima de si mesmo

As areias de Cronos caem abaixo de mim
A Morte não pode me alcançar
Não escuto mais o gemido das horas
Todas as espadas estão cegas para mim
Não sou Homem

A ausência de culpa é tentadora
A loucura toca minha mente e sussurra ao pé do meu ouvido
Com minhas unhas retalho minha carne
Tentando afastá-la
Não sou Besta

Estou em cada sombra, em cada luz
Escuto cada murmúrio
Sou a lei e a verdade
Carrego a mácula
Não sou Deus

Os olhos de Deus o acusam
Condenado! Condenado!

Todos confiam suas vidas a mim
Eu carrego seus pecados
Eu conheço suas angustias
Mas não me acho digno
Da coroa que eles me colocaram

Meus gemidos ninguém escutou
Estou alto de mais
Meus ferimentos ninguém contemplou
A armadura e as vestes reais os ocultam
Sou o Imperador

Deus o amaldiçoa, mas ele permanece impassível
Condenado! Condenado!

Ele está no céu e ao mesmo tempo no inferno
Não é Deus, nem arcanjo, não é demônio nem homem
Ele é o Imperador

Eu sou o Imperador
Aquele que carrega o cetro e os pecados
Eu sou o Imperador
Aquele que carrega a loucura, mas se mantém sano
Eu sou o Imperador

Conheço a insânia, mas não posso aceita-la
Quem lutaria por eles?
Meu império, meu povo
Minha dor e ao mesmo tempo
Meu único amor

Eu sou o Imperador

Insânia

Alem dos horizontes
De uma mente lúcida, ela estará lá

Teu brilho
É mais ofuscante que O Sol
Você é mais profunda
Que a madrugada
Você, a insânia

Sem “mas” nem “porém”
Sem indagações
Sem razão
Livre de qualquer limite
Livre de qualquer controle

As espadas não podem me parar
As montanhas não podem me deter
A dor não pode me tocar
Você é a musa derradeira
Aquela que possibilita qualquer feito

Seus olhos espreitam com desejo
Tua carne, tua mente, tua alma

Sem barreiras
Você é o horizonte revelado
A verdade ocultada nas trevas
Que é mais ofuscante que o brilho do Sol
Você é a loucura

Tua intensidade massacra a mente mortal
Você transforma em deus o mais miserável humano
As muralhas da primitiva mente humana
Não permitem compreender tua natureza
Tua pureza é intocável

Sem mentiras ou verdades
Sem luz ou trevas
Sem anjos ou demônios
Apenas Você
Minha musa derradeira

Quem se não Ela
Seria a face da verdade?

Você esteve no passado
É o futuro
E espreita o presente
Mais que tudo ao mesmo tempo
A língua humana não pode lhe definir

Louco?
Insano?
Não me importo mais com o que falam
Pois tu tocas-me a mente
Eu vejo tua natureza

Sou o homem que escuta os gemidos das horas
Aquele que conhece o futuro, passado e presente
Que contemplou tua natureza
Um profeta? Um louco? Não sei mais quem sou ou o que fui
Tudo por você minha musa derradeira, Insânia

The Emperor

A mão de Deus
A mão do Demônio
A mão do Imperador

Demônio?
Redentor?
Líder?
Escravo?
As alcunhas se confundem com meu nome

Meus atos fizeram de mim
O que sou hoje
Não sei mais como me olhar no espelho, não sei como as nações me enxergam
Meu nome pesa sobre mim
Como uma armadura grande demais

Campanhas vencidas
Belos poemas cantados
Sábias frases ditas
Tudo o que fiz
Tudo o que sou

Daqui de cima dessa torre
Posso ver a todos
Posso saber de tudo
A onisciência pode ser um dom
Mas se tornou um flagelo

Sei de tudo, ajo sobre tudo
Mas ao mesmo tempo
Tão isolado de todos
Aqui em cima...
Aqui em cima... É tão frio

Uma coroa sem uma face
Um sorriso sem sentimento
Uma espada sem fio

Sou o imperador esquecido por Cronos
Sou o sábio perdido
A alcunha sem nome
O mais próximo a Deus
Que flerta com o inferno

Por mais que pecasse como o demônio
Olhariam-me como um salvador
A coroa torna minha face translúcida
Por mais próximo a Deus que fosse, meu reflexo seria de um herege
Por mais profano que fosse, meu reflexo seria o de um deus

Coloquei-me na frente dos outros
As flechas vararam meu peito
Mas agora uma armadura oculta os ferimentos
Ela é pesada, mas não posso me dar o luxo que parecer humano
Pois me fiz ascender até os céus

Coloquei-me onde nenhum mortal deveria
Não sei se isso faz de mim um deus
Ou um demônio
Sinto que tudo se confunde...
Sinto como se mergulhasse no caos

Estou no céu
Mas não sou Deus
Padeço no inferno
Mas não sou o demônio
Sou a face esquecida pelo tempo

A alcunha sem dono
Que penetra no coração daqueles
Que a tocam

Sou tudo
Sou o caos
Sou nada
Sou a ordem
Sou o Imperador

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Torres do Inferno

1°Torre:

Aqui quem reina
É Asmodeus
Senhor dos prazeres carnais

Neste lugar fica aquele
Que se apegara ao sexo e aos prazeres
E fez destes, sua jornada

Tendo o corpo eternamente banhado
Por uma cachoeira de ouro incandescente
Sofrem terríveis queimaduras os luxuriosos

Busque a pureza da água
A água cristalina é pura e bela
Seja como ela.


2°Torre:

No pico dessa torre
Está postado Belzebu
O que tudo quer

Residem nesse lugar
Aqueles que nunca estão satisfeitos
Só à comida buscaram

Incessantemente demônios fazem os gulosos
Engolirem agulhas de pedra
E assim será até o fim dos tempos

Tenha parcimônia ao “comer”
Exagero faz mal
Ao corpo e a alma


3°Torre:

Mammon a rica entidade
Que tudo quisera possuir
Possui agora apenas essa torre

Os avaros
Aqueles que muito tiveram e nada deram
Aqui moram

Tudo o que eles negaram ao próximo
Torna-se uma imensa estaca
Que os empala

Evita esse destino
Pois o ouro e o diamante
Não compram a verdadeira sabedoria


4°Torre:

Deitado numa cama
No topo dessa torre
Está o senhor dela, Belphegor

Aqui estão aqueles
Que não lutaram por outro destino
Aqui estão os preguiçosos

Presos a uma eterna inércia
Que os imobiliza totalmente estão
Enquanto pedras são jogadas sobre seus corpos

Mexa-te para um futuro melhor conquistar
Pois a verdadeira satisfação
Só virá para aquele que sabe que conquistou o que tem


5°Torre:

Do ultimo andar dessa torre
Rugindo sua ira
Está Satã

Os que sobre o próximo
Jogaram suas frustrações
Presos aqui estão

Presos às grossas correntes estão
Enquanto toda a tristeza que criaram
Convertem-se em um demônio que os soca

Encara teu destino caso não escutar meu conselho
Quem ira planta
Morte colhe


6°Torre:

Nadando em lava e comandando esta torre
Está Leviatã
Aquele que os barcos engole, por ouro não ter

Habitam nessa torre
Aqueles que tiveram a brasa do desejo
Quando olhavam o que ao próximo pertencia

Em celas ficam, enquanto são obrigados a olhar
Um demônio usufrui
De tudo que eles não tiveram

Não deseje o que ao próximo pertence
Pois caso o próximo contrair ciência disso
Pode provocar sua morte prematura


7°Torre:

Na mais terrível de todas as torres
Impera o mais soberbo ser
Lúcifer, auto-intitulado imperador mais poderoso

Ocultos nas próprias trevas permanecem
Todos aqueles que foram arrogantes
Formando a família da vaidade que nesta torre estão

Por um terrível e asqueroso demônio
Os orgulhosos são escarrados e pisoteados
Assim eles têm a face queimada pela saliva do demônio e o poder menosprezado

De lá eles poderiam sair se orgulhosos não fossem
Por isso aviso-os, nesse abismo nunca caiam, pois dele não há como sair
Tão terrível é, que o único que pode o descrever é o próprio orgulho

terça-feira, 17 de junho de 2008

É a morte

Corroa minhas vísceras
Devora minhas memórias
Não me deixa sentir o tempo badalar
Permita-me sentir sua entorpecente anestesia

Pairo sobre os campos de batalha
Meu manto é escuro como o abismo
Eu sou como o abismo
Profundo, tenebroso e ao mesmo tempo
Tentador

Minha lamina é gelada como o vazio
E quando ela corta os ventos
Estuda-se ela cantar o supremo réquiem
Seu corte é indiferente a tudo
Seu réquiem vem para todos

Não teme a espada
Ri das orações

Corroa minhas veias
Devora minha vida
Não me deixa sentir o peso das areias
Permita-se a letargia final

Eu compro todos os suspiros
Sou aquele comprador que no leilão final sempre leva o produto
Minha tentação é sempre irresistível
“Se livre das dores. Se livre das angustias.
Venha para mim”

Sem caos ou harmonia
Sem calor ou frio
Sem dor ou prazer
Apenas vazio e indiferença
Apenas a calma

Em todos os momentos
Ela estará lá

Corroa minha vontade
Devora minha tristeza
Não me deixa sentir mais dores
Permita-me a paz eterna

Estarei lá
Quando ninguém te acompanhar
Farei-te companhia
Até o fim dos tempos
Descansa, descansa em meus braços

Meu beijo vai te elevar
Até livrar-te das dores
Até não sentir mais nada alem de mim
O descanso da vida
A letargia total

Aqui jaz
O descanso da vida, a calma suprema

Orgulho

Orgulho
É por você que levanto a cada manhã
É por você que insisto em viver
É por você que sempre me levanto após as quedas
Por você...

Você
Me fez permanecer como uma eterna estátua
Permanecer totalmente impassível
Enquanto todo meu mundo padecia
Todos caiam, mas eu continuei lá, por você

Você é infinito
Você é impassível
Você é invencível
Você é intocável
Você é a minha força e minha vida

Orgulho
Corres no meu sangue
Bates junto com meu coração
Pulsas junto com meu espírito
Estais encravados na minha alma

Você é a torre mais alta
A que se levanta acima dos céus
A que perdurará além dos tempos
A mais poderosa
A implacável...

E eu?
Estou postado lá em seu topo
Isolado do resto do mundo
Totalmente impassível
Olhando todo o mundo de cima, com olhar indiferente...

Foi por você que lutei até aqui!
Foi por você que não me atirei no abismo
Foi por você que não usei minha espada contra mim
Foi por você
Por você...

Orgulho
Corres no meu sangue
Bates junto com meu coração
Pulsas junto com meu espírito
Estais encravados na minha alma

É por você que
Gargalho quando tentam me causar dor,
Rio com escárnio de meus inimigos,
Empunho minha espada nas guerras,
Uso as minhas máscaras

Sem metade dos sentimentos
E os poucos que tenho escondo
Por você
Sem metade da face e a oculto com máscaras
Esse sou eu, por você

Sempre dei apoio aos outros
Nunca soube por que realmente
Talvez seja por você
Mas nunca permiti ser apoiado
Isso é com certeza por você

Orgulho
Corres no meu sangue
Bates junto com meu coração
Pulsas junto com meu espírito
Estais encravados na minha alma

Você é a minha força
E minha eterna chaga
Minha vida e será minha morte
Por você que luto, por você que morrerei
Meu Alfa e meu Omega

Ao mesmo tempo meu guerreiro mais fiel
E meu próprio carrasco mais cruel
Minha maior paixão
E minha eterna degradação
Minha vida e uma morte pendem num tênue e frágil barbante

Eu sou um eterno rei, um eterno escravo
Por você Orgulho...
Tão terrível é você
Que só você próprio pode se definir
Tão... Não encontro palavras...

Lobos

A lua cheia começa a aparecer no horizonte
Com ela surgem novas esperanças

Por muito tempo o reneguei
Por muito tempo o aprisionei
Lentamente ele foi adormecendo
Pouco a pouco
Mas sei que ele ainda está aqui dentro

Acorde
A lua te chama
Os uivos têm que te despertar
Ele tem que acordar...
Ele não pode ter morrido

Sem ele não passo de uma casca vazia
Ele tem que se levantar e uivar mais uma vez
Fazer-me sentir o mundo
Sem ele não posso sentir dor, não posso odiar
Sem ele não posso me apaixonar, sem ele não posso amar

A cálida luz da lua inunda a clareira
A vida e a morte começam a dançar

Minhas mãos começam a se tornar patas
Minhas unhas transformam-se em garras
Meu rosto dá lugar a um focinho
Meus suplícios se tornam uivos
Meus olhos amarelos brilham mais fortes que o sol

Sinto-o despertar
Meus uivos percorrem a profundidade da noite
Os olhos dele resplandecem com mais furor que a vida
Meus olhos mostram os sentimentos ainda existentes
Sem ele meus olhos só teriam um melancólico vazio...

Eu sou a face por trás da máscara
Sou o sentimento
A emoção ocultada pela razão
Sou aquele que dança oculto nas trevas
Sou o furor de sua/nossa vida

Além da compreensão está ele
Dançando e lutando consigo mesmo

Em meus olhos
Veja as labaredas que queimam no inferno
O ódio
Veja os gritos aprisionados
O desespero

Veja a maré que se levanta e afoga a todos
A angustia
Veja o desejo por sangue
A dor
Em meus olhos

Em nossos olhos
Veja o fascínio pelo oculto
A paixão
Veja os doces olhos de um lobo
O amor

Racionalidade cedendo lugar aos sentimentos
O gelo sendo destruído pelas chamas

Ele é a razão. Eu sou a emoção
Eu sou a paixão e a degradação
Eu sou a alucinação e a motivação
Eu sou a criação e a destruição
Eu sou a emoção. Ele é a razão

Os lobos dançam a minha volta
Eles conseguem ver nas trevas, com seus olhos de âmbar
Tudo aquilo que está escondido
Eles enxergam a verdade mesmo sem a luz do luar
Olhe no abismo dos meus olhos e verá também

Sou a janela oculta pelas pesadas e negras cortinas
Cortinas que agora você arrancou
Será que você é capaz de encarar toda essa luz?
Será que você é capaz de se proteger de todo esse vento?
Você realmente sabe com que forças está lidando?

Besta e homem, sonho e pesadelo, real e ilusão
Confundem-se nessa macabra dança

Falava um sábio agora engolido pelas areias do tempo
“A sabedoria não é o sentimento ou a razão
Mas sim o equilíbrio harmônico entre eles”
Talvez seja o ponto em que não vá te machucar
Mas tanto eu quanto ele... Somos monstros

Tanto o calor quanto o frio
Podem queimar sua frágil pele
Tanto ele quanto eu
Podemos te machucar, e até matar
Ou dar afeto e proteger

Eu dou os meios
Eu dou a motivação
Eu sou o que aparece. Eu sou quem está nas trevas
Sem ele eu não teria por que existir. Sem ele eu me autodestruiria
Você pode encarar toda essa luz? Será que por você, poderia encontrar a harmonia?