terça-feira, 17 de junho de 2008

É a morte

Corroa minhas vísceras
Devora minhas memórias
Não me deixa sentir o tempo badalar
Permita-me sentir sua entorpecente anestesia

Pairo sobre os campos de batalha
Meu manto é escuro como o abismo
Eu sou como o abismo
Profundo, tenebroso e ao mesmo tempo
Tentador

Minha lamina é gelada como o vazio
E quando ela corta os ventos
Estuda-se ela cantar o supremo réquiem
Seu corte é indiferente a tudo
Seu réquiem vem para todos

Não teme a espada
Ri das orações

Corroa minhas veias
Devora minha vida
Não me deixa sentir o peso das areias
Permita-se a letargia final

Eu compro todos os suspiros
Sou aquele comprador que no leilão final sempre leva o produto
Minha tentação é sempre irresistível
“Se livre das dores. Se livre das angustias.
Venha para mim”

Sem caos ou harmonia
Sem calor ou frio
Sem dor ou prazer
Apenas vazio e indiferença
Apenas a calma

Em todos os momentos
Ela estará lá

Corroa minha vontade
Devora minha tristeza
Não me deixa sentir mais dores
Permita-me a paz eterna

Estarei lá
Quando ninguém te acompanhar
Farei-te companhia
Até o fim dos tempos
Descansa, descansa em meus braços

Meu beijo vai te elevar
Até livrar-te das dores
Até não sentir mais nada alem de mim
O descanso da vida
A letargia total

Aqui jaz
O descanso da vida, a calma suprema

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