Corroa minhas vísceras
Devora minhas memórias
Não me deixa sentir o tempo badalar
Permita-me sentir sua entorpecente anestesia
Meu manto é escuro como o abismo
Eu sou como o abismo
Profundo, tenebroso e ao mesmo tempo
Tentador
E quando ela corta os ventos
Estuda-se ela cantar o supremo réquiem
Seu corte é indiferente a tudo
Seu réquiem vem para todos
Não teme a espada
Ri das orações
Devora minha vida
Não me deixa sentir o peso das areias
Permita-se a letargia final
Sou aquele comprador que no leilão final sempre leva o produto
Minha tentação é sempre irresistível
“Se livre das dores. Se livre das angustias.
Venha para mim”
Sem calor ou frio
Sem dor ou prazer
Apenas vazio e indiferença
Apenas a calma
Ela estará lá
Devora minha tristeza
Não me deixa sentir mais dores
Permita-me a paz eterna
Quando ninguém te acompanhar
Farei-te companhia
Até o fim dos tempos
Descansa, descansa em meus braços
Até livrar-te das dores
Até não sentir mais nada alem de mim
O descanso da vida
A letargia total
O descanso da vida, a calma suprema
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