segunda-feira, 23 de junho de 2008

The Emperor

A mão de Deus
A mão do Demônio
A mão do Imperador

Demônio?
Redentor?
Líder?
Escravo?
As alcunhas se confundem com meu nome

Meus atos fizeram de mim
O que sou hoje
Não sei mais como me olhar no espelho, não sei como as nações me enxergam
Meu nome pesa sobre mim
Como uma armadura grande demais

Campanhas vencidas
Belos poemas cantados
Sábias frases ditas
Tudo o que fiz
Tudo o que sou

Daqui de cima dessa torre
Posso ver a todos
Posso saber de tudo
A onisciência pode ser um dom
Mas se tornou um flagelo

Sei de tudo, ajo sobre tudo
Mas ao mesmo tempo
Tão isolado de todos
Aqui em cima...
Aqui em cima... É tão frio

Uma coroa sem uma face
Um sorriso sem sentimento
Uma espada sem fio

Sou o imperador esquecido por Cronos
Sou o sábio perdido
A alcunha sem nome
O mais próximo a Deus
Que flerta com o inferno

Por mais que pecasse como o demônio
Olhariam-me como um salvador
A coroa torna minha face translúcida
Por mais próximo a Deus que fosse, meu reflexo seria de um herege
Por mais profano que fosse, meu reflexo seria o de um deus

Coloquei-me na frente dos outros
As flechas vararam meu peito
Mas agora uma armadura oculta os ferimentos
Ela é pesada, mas não posso me dar o luxo que parecer humano
Pois me fiz ascender até os céus

Coloquei-me onde nenhum mortal deveria
Não sei se isso faz de mim um deus
Ou um demônio
Sinto que tudo se confunde...
Sinto como se mergulhasse no caos

Estou no céu
Mas não sou Deus
Padeço no inferno
Mas não sou o demônio
Sou a face esquecida pelo tempo

A alcunha sem dono
Que penetra no coração daqueles
Que a tocam

Sou tudo
Sou o caos
Sou nada
Sou a ordem
Sou o Imperador

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