segunda-feira, 23 de junho de 2008

Meia-Noite

A vida se cala
Os puros foram para lugar nenhum
A luz já não jaz

A primeira badalada
Os demônios cantam
Media nox! Media nox!

Os mausoléus abrem suas portas
Eles vêm do império das sombras
Os mortos brotam da terra
As legiões ascendem do inferno

Os sinos das catedrais negras gemem
As orações foram esquecidas
É A Noite, Meia-noite

A segunda balada
Os mortos uivam
Media nox! Media nox!

Os versículos não podem ser lidos
Na escuridão que se abate sobre a terra
A luz recuou com medo
Não há mais esperanças

O canto maldito ressoa
Tampe os ouvidos para não escutá-lo
Ou a loucura pode te tomar

A terceira badalada
Os fantasmas dançam
Media nox! Media nox!

A janela da razão foi quebrada
A terra se tornou negra
Morta, ela esta morta
O pisar deles amaldiçoa a terra

O mal foi semeado
Os filhos da noite chegaram
Eles estão aqui

A quarta badalada
O tempo geme
Media nox! Media nox!

Agora os pesadelos são a realidade
O réquiem é maldito
Os redentores se foram
Os heróis foram esquartejados

Media nox obscura est

Ele é o cavalo de chamas
Nos seus demoníacos olhos não há razão
Seu galopar ressoa profundo na noite

A quinta badalada
A esperança foi amaldiçoada
Media nox! Media nox!

Ele vem montando Desespero, o cavalo em chamas
Seu
manto é negro
Ele é o espírito primevo
Seu nome é Caos

Você não vê, mas sente
Olhos lhe observam
Dedos gelados o tocam

A sexta badalada
Os espíritos rugem
Media nox! Media nox!

A criança chora
O filho caçula da Noite chegou
De leve assopra sua nuca
É ele quem amaldiçoa teu sono, Medo

Quando o perigo é bem real
Mas a racionalidade não permite lidar com os fatos
Ele sai de sua toca.

A sétima badalada
Deus está morto
Media nox! Media nox!

Ele devora teu coração ainda pulsante
Retalha tuas entranhas
Teus gritos dão nome a ele
Pânico mostra suas presas

Sua lamina é a nota inicial dos réquiens
Seu beijo é extasiante
Seus lábios são cálidos

A oitava badalada
O miasma penetra teus pulmões
Media nox! Media nox!

É ela quem detém o corte exato
A musa mais desejada
Aquela com que todos se deitam
O crepúsculo da vida seu nome é Morte

Media nox obscura est

Ela vem arrastando suas correntes
Uivando e chorando pela noite
Ela entra no teu último templo

A nona badalada
Os gemidos penetram teu coração
Media Nox! Media Nox!

Acorrenta teus braços e pernas
Geme suas mágoas ao pé de teu ouvido
E murmura sobre os demônios que jazem nas trevas
Ela se chama Angústia

Os mais poderosos seres do inferno
Agora caminham sobre a terra
Os sete estão marchando

A décima badalada
O Olho esta se abrindo
Media Nox! Media Nox!

Aqueles que odeiam tudo que é sagrado
Riem dos salmos, escarram nos crucifixos
Eles são os sete maiores demônios
Que vêm comandados pelo anjo caído

Ele não tem face
Sem calor, sem vida
Ele é o imperador dos mortos

A décima primeira badalada
O canto esta se completando
Media nox! Media nox!

O senhor de todos que se foram
O mais poderoso deus esquecido
Seu nome é Invisível
Hades o imperador sem face

O circulo está completo
O canto encontrou sua derradeira nota
O portal se abre

A décima segunda badalada
O Olho da Noite se abriu
Media nox! Media nox!

Até mesmo os imortais se calam
O Olho da Noite agora enxerga
Os mundos se unem
Os limites se foram

Media nox obscura est
Media nox! Media nox!
Media nox obscura est
Media nox! Media nox!

Os impérios se tornam um
As trevas engolem a tudo
As doze badaladas soaram
O universo se calou
O silencio cantou
A música profana
O mal agora reina

Media nox! Media nox!
Media nox obscura est
Media nox! Media nox!
Media nox obscura est

Gottes verdammt Das Kaiser

A lei está presa
Condenado! Condenado!

Numa mão o cetro supremo
Na outra a espada da justiça
Sua coroa é sua máscara

Meus olhos estão sobre o império
Minha mão está por trás e à frente das legiões
Meu nome não é evocado
Estou mais próximo ao céu
Do que qualquer homem

Construí a mais alta torre
Tão alta ela se ergue
Que está acima das nuvens de angústia
Tão alta a construí
Que não há mais como descer dela

A ordem se foi
Condenado! Condenado!

Meu nome não existe mais
Ele não pode ser dito
Minha alcunha é temida
Só ela é lembrada
Não pertenço ao mundo dos mortais

Minha face não pode ser vista
Ela foi arrancada
Minha coroa é minha maldição
Ela é o estandarte
Não pertenço ao reino dos homens

Deus salve o Imperador
Condenado! Condenado!

Acima de Deus, acima de todos
Acima das Bestas, acima da verdade
Acima do Homem, acima de si mesmo

As areias de Cronos caem abaixo de mim
A Morte não pode me alcançar
Não escuto mais o gemido das horas
Todas as espadas estão cegas para mim
Não sou Homem

A ausência de culpa é tentadora
A loucura toca minha mente e sussurra ao pé do meu ouvido
Com minhas unhas retalho minha carne
Tentando afastá-la
Não sou Besta

Estou em cada sombra, em cada luz
Escuto cada murmúrio
Sou a lei e a verdade
Carrego a mácula
Não sou Deus

Os olhos de Deus o acusam
Condenado! Condenado!

Todos confiam suas vidas a mim
Eu carrego seus pecados
Eu conheço suas angustias
Mas não me acho digno
Da coroa que eles me colocaram

Meus gemidos ninguém escutou
Estou alto de mais
Meus ferimentos ninguém contemplou
A armadura e as vestes reais os ocultam
Sou o Imperador

Deus o amaldiçoa, mas ele permanece impassível
Condenado! Condenado!

Ele está no céu e ao mesmo tempo no inferno
Não é Deus, nem arcanjo, não é demônio nem homem
Ele é o Imperador

Eu sou o Imperador
Aquele que carrega o cetro e os pecados
Eu sou o Imperador
Aquele que carrega a loucura, mas se mantém sano
Eu sou o Imperador

Conheço a insânia, mas não posso aceita-la
Quem lutaria por eles?
Meu império, meu povo
Minha dor e ao mesmo tempo
Meu único amor

Eu sou o Imperador

Insânia

Alem dos horizontes
De uma mente lúcida, ela estará lá

Teu brilho
É mais ofuscante que O Sol
Você é mais profunda
Que a madrugada
Você, a insânia

Sem “mas” nem “porém”
Sem indagações
Sem razão
Livre de qualquer limite
Livre de qualquer controle

As espadas não podem me parar
As montanhas não podem me deter
A dor não pode me tocar
Você é a musa derradeira
Aquela que possibilita qualquer feito

Seus olhos espreitam com desejo
Tua carne, tua mente, tua alma

Sem barreiras
Você é o horizonte revelado
A verdade ocultada nas trevas
Que é mais ofuscante que o brilho do Sol
Você é a loucura

Tua intensidade massacra a mente mortal
Você transforma em deus o mais miserável humano
As muralhas da primitiva mente humana
Não permitem compreender tua natureza
Tua pureza é intocável

Sem mentiras ou verdades
Sem luz ou trevas
Sem anjos ou demônios
Apenas Você
Minha musa derradeira

Quem se não Ela
Seria a face da verdade?

Você esteve no passado
É o futuro
E espreita o presente
Mais que tudo ao mesmo tempo
A língua humana não pode lhe definir

Louco?
Insano?
Não me importo mais com o que falam
Pois tu tocas-me a mente
Eu vejo tua natureza

Sou o homem que escuta os gemidos das horas
Aquele que conhece o futuro, passado e presente
Que contemplou tua natureza
Um profeta? Um louco? Não sei mais quem sou ou o que fui
Tudo por você minha musa derradeira, Insânia

The Emperor

A mão de Deus
A mão do Demônio
A mão do Imperador

Demônio?
Redentor?
Líder?
Escravo?
As alcunhas se confundem com meu nome

Meus atos fizeram de mim
O que sou hoje
Não sei mais como me olhar no espelho, não sei como as nações me enxergam
Meu nome pesa sobre mim
Como uma armadura grande demais

Campanhas vencidas
Belos poemas cantados
Sábias frases ditas
Tudo o que fiz
Tudo o que sou

Daqui de cima dessa torre
Posso ver a todos
Posso saber de tudo
A onisciência pode ser um dom
Mas se tornou um flagelo

Sei de tudo, ajo sobre tudo
Mas ao mesmo tempo
Tão isolado de todos
Aqui em cima...
Aqui em cima... É tão frio

Uma coroa sem uma face
Um sorriso sem sentimento
Uma espada sem fio

Sou o imperador esquecido por Cronos
Sou o sábio perdido
A alcunha sem nome
O mais próximo a Deus
Que flerta com o inferno

Por mais que pecasse como o demônio
Olhariam-me como um salvador
A coroa torna minha face translúcida
Por mais próximo a Deus que fosse, meu reflexo seria de um herege
Por mais profano que fosse, meu reflexo seria o de um deus

Coloquei-me na frente dos outros
As flechas vararam meu peito
Mas agora uma armadura oculta os ferimentos
Ela é pesada, mas não posso me dar o luxo que parecer humano
Pois me fiz ascender até os céus

Coloquei-me onde nenhum mortal deveria
Não sei se isso faz de mim um deus
Ou um demônio
Sinto que tudo se confunde...
Sinto como se mergulhasse no caos

Estou no céu
Mas não sou Deus
Padeço no inferno
Mas não sou o demônio
Sou a face esquecida pelo tempo

A alcunha sem dono
Que penetra no coração daqueles
Que a tocam

Sou tudo
Sou o caos
Sou nada
Sou a ordem
Sou o Imperador

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Torres do Inferno

1°Torre:

Aqui quem reina
É Asmodeus
Senhor dos prazeres carnais

Neste lugar fica aquele
Que se apegara ao sexo e aos prazeres
E fez destes, sua jornada

Tendo o corpo eternamente banhado
Por uma cachoeira de ouro incandescente
Sofrem terríveis queimaduras os luxuriosos

Busque a pureza da água
A água cristalina é pura e bela
Seja como ela.


2°Torre:

No pico dessa torre
Está postado Belzebu
O que tudo quer

Residem nesse lugar
Aqueles que nunca estão satisfeitos
Só à comida buscaram

Incessantemente demônios fazem os gulosos
Engolirem agulhas de pedra
E assim será até o fim dos tempos

Tenha parcimônia ao “comer”
Exagero faz mal
Ao corpo e a alma


3°Torre:

Mammon a rica entidade
Que tudo quisera possuir
Possui agora apenas essa torre

Os avaros
Aqueles que muito tiveram e nada deram
Aqui moram

Tudo o que eles negaram ao próximo
Torna-se uma imensa estaca
Que os empala

Evita esse destino
Pois o ouro e o diamante
Não compram a verdadeira sabedoria


4°Torre:

Deitado numa cama
No topo dessa torre
Está o senhor dela, Belphegor

Aqui estão aqueles
Que não lutaram por outro destino
Aqui estão os preguiçosos

Presos a uma eterna inércia
Que os imobiliza totalmente estão
Enquanto pedras são jogadas sobre seus corpos

Mexa-te para um futuro melhor conquistar
Pois a verdadeira satisfação
Só virá para aquele que sabe que conquistou o que tem


5°Torre:

Do ultimo andar dessa torre
Rugindo sua ira
Está Satã

Os que sobre o próximo
Jogaram suas frustrações
Presos aqui estão

Presos às grossas correntes estão
Enquanto toda a tristeza que criaram
Convertem-se em um demônio que os soca

Encara teu destino caso não escutar meu conselho
Quem ira planta
Morte colhe


6°Torre:

Nadando em lava e comandando esta torre
Está Leviatã
Aquele que os barcos engole, por ouro não ter

Habitam nessa torre
Aqueles que tiveram a brasa do desejo
Quando olhavam o que ao próximo pertencia

Em celas ficam, enquanto são obrigados a olhar
Um demônio usufrui
De tudo que eles não tiveram

Não deseje o que ao próximo pertence
Pois caso o próximo contrair ciência disso
Pode provocar sua morte prematura


7°Torre:

Na mais terrível de todas as torres
Impera o mais soberbo ser
Lúcifer, auto-intitulado imperador mais poderoso

Ocultos nas próprias trevas permanecem
Todos aqueles que foram arrogantes
Formando a família da vaidade que nesta torre estão

Por um terrível e asqueroso demônio
Os orgulhosos são escarrados e pisoteados
Assim eles têm a face queimada pela saliva do demônio e o poder menosprezado

De lá eles poderiam sair se orgulhosos não fossem
Por isso aviso-os, nesse abismo nunca caiam, pois dele não há como sair
Tão terrível é, que o único que pode o descrever é o próprio orgulho

terça-feira, 17 de junho de 2008

É a morte

Corroa minhas vísceras
Devora minhas memórias
Não me deixa sentir o tempo badalar
Permita-me sentir sua entorpecente anestesia

Pairo sobre os campos de batalha
Meu manto é escuro como o abismo
Eu sou como o abismo
Profundo, tenebroso e ao mesmo tempo
Tentador

Minha lamina é gelada como o vazio
E quando ela corta os ventos
Estuda-se ela cantar o supremo réquiem
Seu corte é indiferente a tudo
Seu réquiem vem para todos

Não teme a espada
Ri das orações

Corroa minhas veias
Devora minha vida
Não me deixa sentir o peso das areias
Permita-se a letargia final

Eu compro todos os suspiros
Sou aquele comprador que no leilão final sempre leva o produto
Minha tentação é sempre irresistível
“Se livre das dores. Se livre das angustias.
Venha para mim”

Sem caos ou harmonia
Sem calor ou frio
Sem dor ou prazer
Apenas vazio e indiferença
Apenas a calma

Em todos os momentos
Ela estará lá

Corroa minha vontade
Devora minha tristeza
Não me deixa sentir mais dores
Permita-me a paz eterna

Estarei lá
Quando ninguém te acompanhar
Farei-te companhia
Até o fim dos tempos
Descansa, descansa em meus braços

Meu beijo vai te elevar
Até livrar-te das dores
Até não sentir mais nada alem de mim
O descanso da vida
A letargia total

Aqui jaz
O descanso da vida, a calma suprema

Orgulho

Orgulho
É por você que levanto a cada manhã
É por você que insisto em viver
É por você que sempre me levanto após as quedas
Por você...

Você
Me fez permanecer como uma eterna estátua
Permanecer totalmente impassível
Enquanto todo meu mundo padecia
Todos caiam, mas eu continuei lá, por você

Você é infinito
Você é impassível
Você é invencível
Você é intocável
Você é a minha força e minha vida

Orgulho
Corres no meu sangue
Bates junto com meu coração
Pulsas junto com meu espírito
Estais encravados na minha alma

Você é a torre mais alta
A que se levanta acima dos céus
A que perdurará além dos tempos
A mais poderosa
A implacável...

E eu?
Estou postado lá em seu topo
Isolado do resto do mundo
Totalmente impassível
Olhando todo o mundo de cima, com olhar indiferente...

Foi por você que lutei até aqui!
Foi por você que não me atirei no abismo
Foi por você que não usei minha espada contra mim
Foi por você
Por você...

Orgulho
Corres no meu sangue
Bates junto com meu coração
Pulsas junto com meu espírito
Estais encravados na minha alma

É por você que
Gargalho quando tentam me causar dor,
Rio com escárnio de meus inimigos,
Empunho minha espada nas guerras,
Uso as minhas máscaras

Sem metade dos sentimentos
E os poucos que tenho escondo
Por você
Sem metade da face e a oculto com máscaras
Esse sou eu, por você

Sempre dei apoio aos outros
Nunca soube por que realmente
Talvez seja por você
Mas nunca permiti ser apoiado
Isso é com certeza por você

Orgulho
Corres no meu sangue
Bates junto com meu coração
Pulsas junto com meu espírito
Estais encravados na minha alma

Você é a minha força
E minha eterna chaga
Minha vida e será minha morte
Por você que luto, por você que morrerei
Meu Alfa e meu Omega

Ao mesmo tempo meu guerreiro mais fiel
E meu próprio carrasco mais cruel
Minha maior paixão
E minha eterna degradação
Minha vida e uma morte pendem num tênue e frágil barbante

Eu sou um eterno rei, um eterno escravo
Por você Orgulho...
Tão terrível é você
Que só você próprio pode se definir
Tão... Não encontro palavras...

Lobos

A lua cheia começa a aparecer no horizonte
Com ela surgem novas esperanças

Por muito tempo o reneguei
Por muito tempo o aprisionei
Lentamente ele foi adormecendo
Pouco a pouco
Mas sei que ele ainda está aqui dentro

Acorde
A lua te chama
Os uivos têm que te despertar
Ele tem que acordar...
Ele não pode ter morrido

Sem ele não passo de uma casca vazia
Ele tem que se levantar e uivar mais uma vez
Fazer-me sentir o mundo
Sem ele não posso sentir dor, não posso odiar
Sem ele não posso me apaixonar, sem ele não posso amar

A cálida luz da lua inunda a clareira
A vida e a morte começam a dançar

Minhas mãos começam a se tornar patas
Minhas unhas transformam-se em garras
Meu rosto dá lugar a um focinho
Meus suplícios se tornam uivos
Meus olhos amarelos brilham mais fortes que o sol

Sinto-o despertar
Meus uivos percorrem a profundidade da noite
Os olhos dele resplandecem com mais furor que a vida
Meus olhos mostram os sentimentos ainda existentes
Sem ele meus olhos só teriam um melancólico vazio...

Eu sou a face por trás da máscara
Sou o sentimento
A emoção ocultada pela razão
Sou aquele que dança oculto nas trevas
Sou o furor de sua/nossa vida

Além da compreensão está ele
Dançando e lutando consigo mesmo

Em meus olhos
Veja as labaredas que queimam no inferno
O ódio
Veja os gritos aprisionados
O desespero

Veja a maré que se levanta e afoga a todos
A angustia
Veja o desejo por sangue
A dor
Em meus olhos

Em nossos olhos
Veja o fascínio pelo oculto
A paixão
Veja os doces olhos de um lobo
O amor

Racionalidade cedendo lugar aos sentimentos
O gelo sendo destruído pelas chamas

Ele é a razão. Eu sou a emoção
Eu sou a paixão e a degradação
Eu sou a alucinação e a motivação
Eu sou a criação e a destruição
Eu sou a emoção. Ele é a razão

Os lobos dançam a minha volta
Eles conseguem ver nas trevas, com seus olhos de âmbar
Tudo aquilo que está escondido
Eles enxergam a verdade mesmo sem a luz do luar
Olhe no abismo dos meus olhos e verá também

Sou a janela oculta pelas pesadas e negras cortinas
Cortinas que agora você arrancou
Será que você é capaz de encarar toda essa luz?
Será que você é capaz de se proteger de todo esse vento?
Você realmente sabe com que forças está lidando?

Besta e homem, sonho e pesadelo, real e ilusão
Confundem-se nessa macabra dança

Falava um sábio agora engolido pelas areias do tempo
“A sabedoria não é o sentimento ou a razão
Mas sim o equilíbrio harmônico entre eles”
Talvez seja o ponto em que não vá te machucar
Mas tanto eu quanto ele... Somos monstros

Tanto o calor quanto o frio
Podem queimar sua frágil pele
Tanto ele quanto eu
Podemos te machucar, e até matar
Ou dar afeto e proteger

Eu dou os meios
Eu dou a motivação
Eu sou o que aparece. Eu sou quem está nas trevas
Sem ele eu não teria por que existir. Sem ele eu me autodestruiria
Você pode encarar toda essa luz? Será que por você, poderia encontrar a harmonia?

Fantasmas

Você
Alguém que não consigo
Esquecer
Ou talvez não queira
Esquecer

É a tua silhueta
Que vejo dançar no meu copo
É teu o sorriso
Que em pensamento
Assombra-me

É o brilho
Dos teus olhos
Que vejo nas estrelas
É a tua voz que às vezes
Procuro chamando meu nome

É o teu perfume
Que sinto na gola da minha capa
É o teu nome
Que grito desesperado
Nas noites de solidão

São para você
Os poemas que faço
Usando essa folha amarela e essa pena
São para você
As musicas que compus

Queria ter forças
Para me livrar de tudo isso
Mas as lembranças
São bem mais vivas
Que qualquer coisa em mim

Queria olhar pela sacada do meu quarto
E te ver novamente
Colhendo as rosas do meu jardim
Aquelas, que agora, cuido com tanto carinho
Pois o perfume delas me lembra o teu

Tudo que queria
Era escutar teus passos
Era escutar as tábuas
Dessa velha casa
Rangendo com teu doce pisar

Tudo parece tão triste agora
As rosas que antes eram vermelhas
Agora me parecem cinza
Como se tudo tivesse perdido a graça
Perdido a beleza...

Pelas noites adentro
Sigo me embriagando
E gritando seu nome
Pedindo a Deus que você
Retorne

A brisa toca delicadamente meu rosto
Acho que é a sua respiração
Mas você não está comigo,
Lagrimas escorrem por minha face
E caio ajoelhado

A gola do casaco esconde minhas lagrimas
Sinto seu perfume
No líquido verde que está dentro da garrafa
Vejo-te dançando
Repetidas vezes grito teu nome

Ajoelhado ali, olho para os céus e vejo as estrelas
O brilho do seu olhar
Uma pétala de rosa vermelha cai a minha frente
Pego-a e nela sinto
A delicadeza do teu toque

Mas teus passos
Tua voz chamando meu nome
Eu nunca mais escutarei
São só lembranças
Que assombram minha mente

São só fantasmas...

Se foi

Mesmo que para o céu fosse
Por você, minha loucura
Para o céu não iria
E num inferno nunca antes tocado cairia

Céu sei que não mereço
Nunca mereci
Mas um dia senti tocá-lo
E foi quando dançamos, envoltos num inferno

Só sei que nada saberei ou sei
A razão se foi, a certeza se foi
O amor se foi, você se foi

Ficaram as lembranças das palavras que não escutava
Só olhava, pois mesmo que teus olhos me chamassem
Não podia parar de teus lábios olhar

Meu mundo (Melancolia)

As trevas penetram meus olhos
Sinto o fim correr por minhas veias
A cada passo sinto a presença Dela
Caminho pesarosamente em meio à névoa
A neblina deixa tudo cinza

Sem cores, sem alegria
Não posso chamar isso de vida
Mas também não posso chamar de morte
A areia do tempo cai sobre meus olhos
Escuto as badaladas da eternidade

Ainda se me fosse permitido gritar ou chorar
Mas o grito está preso em minha garganta
Afogo-me em angústia
As lagrimas secaram por causa da areia do tempo
Afundo num mar de melancolia

Sem vida
Sem direito a morte
Na eternidade vago
Em meio às sombras
Em meio à neblina

Sento em meu trono de tristeza e agonia
Em coro as sombras cantam o meu réquiem
O réquiem da melancolia
O réquiem da eternidade
A mais bela e terrível canção da minha existência

A lamúria dos gritos de dor
Açoitam minha alma
Os meus gritos...
Os gritos que estão presos em minha alma
O silêncio é tudo que existe aqui

Afogo-me nas minhas próprias lagrimas
Aquelas que não podem escorrer por minha pálida face
Aquelas que secaram com o passar do tempo
Estou preso a uma eterna prisão de dor
A esperança já se foi, para mim só resta a melancolia

Caminho pesarosamente para longe
Em meio à neblina e trevas
Um canto fúnebre segue meus passos
Pela eternidade vagarei
Sem rumo e sem futuro

Como uma irmã

Quantas vezes já disse que te amo
Como um irmão ama uma irmã?
Até mesmo eu que tenho uma memória tão boa
Já perdi a conta

Sabe o que me mantém aqui...
É a mesma coisa que torna minha vida tão amarga
Isso você já sabe
O que você não sabe é que você é uma das poucas coisas
Que torna ela menos amarga

Às vezes tenho medo
Que minha frieza ou meu orgulho
Machuquem-te
Ou que você se sinta insegura
Por sentir que não me conhece

Às vezes penso
Que se fossemos realmente irmãos
Não seriamos tão unidos
Ou
O que seria da gente se não nos conhecêssemos

Realmente não minto
Quando digo que para mim você é como uma irmã
Pois sei que você estará ao meu lado
Caso eu precise de alguém que me ajude
Mesmo que eu nunca me permita ser ajudado

Você é realmente minha irmãzinha querida
Aquela que vai sentar ao meu lado
Mesmo que eu diga com os olhos, que quero ficar sozinho
Aquela que vai perguntar se esta tudo bem
Mesmo que eu consiga esconder toda minha tristeza, com meu orgulho

Você é realmente como uma irmã para mim
Mesmo que meus abraços não sejam carinhosos
Mesmo que meus toques sejam carregados de frieza
Mesmo que esteja vivo por causa do meu orgulho
Saiba que você é uma das coisas mais importantes para mim

Você é como uma irmãzinha querida para mim
Aquela que sempre vou defender e ajudar
Sem querer nada em troca
Aquela que coloco a cabeça no colo e me faz cafuné
Quando estou cansado

Para mim
Você é como minha irmãzinha querida

Reflexos

Em cada intervalo
Das minhas palavras
Há incontáveis suspiros
Quando não é você que deixa de me entender
Sou eu que não consigo te compreender

“Minha” Rainha você fala que
Eu nunca saberei o suficiente para te vencer
Mas quem disse que quero te vencer?
Se eu te vencesse tudo perderia a graça
E partiria em outra caça...

Você fala de amor...
Eu chamo isso de Dança da vida e da morte
Onde os corpos são mais quentes que o pior dos infernos
Onde parece que a vida se esvairá no próximo suspiro
Dançando e dançando incessantemente

Desatar nós?
Quem disse que almejava isso?
E também...
Quem vos garante que estarei lá quando quiser me deixar?
Quem vos garante que conseguirá me deixar?

Cada detalhe de paradoxo
Cada detalhe de duvida
Cada lasciva nuance
Torna tudo mais interessante
Torna tudo mais digno de nós

Sonho, pesadelo, realidade, tudo muito relativo
Não é nos pesadelos que existe
Aquela sensação de querer correr e não poder?
Talvez a sensação que você tenha
Para você talvez isso seja um pesadelo, mas quem garante?

Você nunca vai poder se afastar de mim o suficiente
Eu nunca poderei saber mais sobre você
Nem eu
Nem você
Poderemos vencer um ao outro

Esteja no meu sonho
Estarei em sua mente
Agora... Escute a musica das crianças da noite
O uivar dos meus servos, a musica dos meus mensageiros
Você me daria à honra de mais essa dança “minha” rainha?

Para o inferno com tudo isso

Romanceando? Eu?
Ver-te falar que me deseja...
Isso é apenas pelo prazer
De ter uma “vitória” conquistada
Não espere nada do gênero, romance ou carinho, de mim!

Frieza?
Ahahahaaaa
Eu sou o mar de caos ardente
Que queima o coração e a mente
De qualquer um

Amor? Amor?!? Isso é um fruto do equilíbrio
Nunca, em hipótese alguma espere isso de MIM!
Eu... Estou acima do amor, estou acima de qualquer coisa
Mas padeço no inferno abaixo de todos. Meu lar é o caos, meu nome é caos
Mostrar-te-ei o verdadeiro calor, a verdadeira chama do desejo e prazer

Retroceda enquanto ainda há tempo, fuja enquanto você ainda está nos braços da vida
Isso se você puder se desvencilhar das minhas garras
Estou preso a você não estou? Hahahahaaa... Isso não importa mais
Minha obstinação... Alias... Quero dizer obsessão e desejo
São maiores que qualquer desejo de liberdade, são maiores que tudo

Agora que meus lábios estão no seu pescoço
Próximos ao teu ouvido
Faço-te uma confissão
Tenho medo que um dia tudo isso se torne apenas lembranças
Mas parece que é impossível, afinal estou preso a ti

Repito, estou acima de tudo
Se eu não posso destruir tudo isso e te libertar, quem poderia?
Mas mesmo assim se tiver duvidas
Olhe para as trevas e veja meus olhos
E caso esteja desesperada de mais para procurá-los...

Saiba que estarei contigo, mesmo que seja em pensamento
Se depender de mim, você nunca estará sozinha
Pois agora você é minha

Das sombras...

Cai a noite... Surjo das mais impenetráveis selvas
Cercado por minha corte
Que dança e uiva ao meu redor.
È com a noite que surgem os sonhos e os pesadelos...
O que eu sou para você afinal?

Por mais que você me renegue e diga que não presto
Sou eu o único que pode destruir as muralhas que te isolam de todos
Colocar abaixo a torre que te impede de ver a luz da bela lua cheia
Sou eu o único demônio que consegue aniquilar a legião de templários que te guardam
Apenas para chegar até você

A chama que te aquece nas noites geladas
E que destrói as paredes que te cercam
Sou eu

Em minhas patas carrego teu coração
Ainda pulsante
Que a toda a lua cheia parece ter mais vida
Só eu posso carregá-lo... Talvez por suportar seu peso
Ou simplesmente por poder ver a tristeza e incertezas que ele guarda

Renegue-me o quanto quiser
Mas eu posso enxergar no seu angustiado olhar
O quanto você me deseja
Eu posso ver aquilo que está nas trevas
Pois eu cresci nelas

Sou livre...
Livre como o vento, e por isso destrutivo como um tornado
Por isso nunca diga que sou teu

Você diz para levar da sua alcova tudo que desejar
Não é amor que eu quero
Não é nada
Além de você
Arrancar-te da tua alcova e carregar-te junto comigo

Prefere ver-me sofrer ao ver-me contigo?
Isso, porque você está eternamente presa?
E eu sou eternamente livre...
Talvez eu possa ser aprisionado, acorrentado pela eternidade nessa tentativa
Mas talvez possa conseguir libertar-te

Além de você, algo mais eu quero
Era escutar a verdade, por mais que possa vê-la em seus olhos, eu quero escutá-la
Fale que me odeia, sem mentir, ou admita que me deseja

Lembre-se de mais duas coisas
Nunca estarei longe de você
Estou logo nas suas costas, sentindo seu perfume
E eu nunca fujo
Sou insano, e luto até a morte e esta, por ironia, não me é permitida

Agora se vira de costas
Finda esses olhos âmbares
E fala a verdade
Odeias-me ou desejas-me?
Quero ver seus lábios declarando as palavras

Lembra-te mais uma coisa
Mesmo a pior das maldições
Pode se tornar um conveniente presente

O Monstro

Quantas luas já se passaram...
Desde que tudo isso começou?
E ainda
Mesmo que relutante e sem saída
Você tenta fugir de mim...

Pergunto-te, você realmente deseja fugir?
Gargalho por não escutar resposta...
Pouco a pouco as minhas gargalhadas se tornam uivos
Você pode notar a diferença não pode?

Sei o quanto a dor pode ser lancinante
Não se esqueça que sou o senhor dela...
Por que você não esquece toda essa dor?
Você conhece a cura para essa dor...
Não diga que é suicídio, pois sabias desde o começo.

Sou aquele que vaga errante através das eras
Sou aquele que baila nos mais fúnebres réquiens
Sou aquele que aniquilou impérios apenas com as garras
Sou o sentimento primitivo, um mostro, o caos

Seu pegasus negro pode te levar para longe
Ele pode cruzar montanhas
Então eu destruirei montanhas, e farei o mesmo com tudo que estiver no meu caminho
Ele pode voar o mais rápido que puder
Eu estarei lá, logo atrás de vocês

Fuja, fuja

Estou te caçando, nunca desisto
Vá até o inferno, eu estarei lá
Esconda-se, fuja.
Nada adiantará
Pois te sigo pelo seu perfume, aquele que só você tem

Olhe para as trevas...
Será meus olhos que verá lá, os olhos do caos, que brilham amarelados
Você pode sentir minhas garras tocando sua pele
E por fim pode sentir meus caninos perfurando seu peito

Autodestruição...
Isso que busca?
Talvez seja isso, uma das varias coisas, que temos em comum

Está condenada? Livre-se de tudo isso
Você conhece a cura

Yasmin

Desde que te conheci
Diria que é impossível
Esquecer alguém como você
Um ser que para mim
É único

Poemas de amor pra ti?
Sim já fiz
Um bom número deles
Mas o que seria este poema
A não ser de amor também

Mas não um amor
Comum ou platônico
Mas um amor que poucos pessoas
Podem sentir por menos pessoas ainda
Um amor literalmente a prova de fogo

As vezes quando meu universo
Se encontra em silencio
Lembro das vezes que brigamos
E logo em seguida
Lembro das vezes que nos perdoamos

“Você a flor alva que sempre
Se destacará na negra floresta da minha “vida””
Frase esta que sempre lembro
Quando olho para uma flor clara
Frase esta que me lembrará você pelo resto da minha existência

Flores alvas...
Trazem alegria e paz
Seriam elas pedaços do paraíso?
Isso eu não sei...
Mas sei que você com certeza é como um anjo

As historias que temos
Vão com certeza ocupar um bom lugar
No Livro das Eras e no meu coração
Se são eternos, não importa
O que importa é que são um dos meus poucos tesouros

Amor incondicional...
Aquele que esta a prova de tudo
Aquele que não pode ser esquecido
Aquele que é infinito
Nele que encontro paz para minha mente

Obrigado por sempre estar comigo
Perdoe meus erros e mesquinharias
E mais uma vez
Obrigado por tudo
Minha flor alva

Para ti, Yasmin

Infinitamente te amo

Dias a dias
Meses a meses
Nosso amor foi crescendo
De amigos nos tornamos apaixonados
Infinito foi meu amor por você, como infinito ainda é

Às vezes te abraçava
Como se quisesse te proteger de todo o mundo
Mas no fundo do meu peito pulsava a amargura
De saber
Que um dia tudo ia acabar, e teria que te dizer “adeus”

Infinito não quer dizer eterno
E eu sei que o tempo se faz mais forte que tudo
Por ele crescem e padecem impérios
Por que o nosso amor seria diferente?
Um dia sei que tudo vai acabar, mas não será hoje

Você foi a lua-cheia que brilhou nas minhas noites
Foi a tocha que iluminou meu túnel, você foi minha luz
Eu no meu infinito orgulho nunca me deixei ser dependente de alguém
Não sou de você
Mas não consigo me ver sem você

Ternura e desejo
Isso é o que faz um homem amar uma mulher
Um dia senti exatamente isso por você
Mas como tudo se transforma...
Nosso amor não foi diferente

O desejo se vai
Mas fica a ternura
O desejo é intenso
Mas não se mantêm por muito tempo
A ternura é branda, mas só aumenta com o tempo

Queria ser um gênio
Para dizer algo brilhante, que deixasse nossa marca na historia
Mas eu sou apenas um senhor das frases já ditas...
Queria dizer algo tão lindo e brilhante quanto você é para mim
Mas isso está alem de mim, mas não alem do que sinto por você

Não sei como continuar esse poema...
É tanto para ser dito...
Simplesmente tanto que não cabe nesse poema
Queria escrever um livro inteiro
Só sobre nós, mas não tenho paciência para tanto

Nosso amor
Pode não ser uma exceção as regras
Mas isso não o torna menos belo do que realmente é
Ele se transforma e um dia vai terminar
Mas é infinito e tem uma historia só dele

Minha deusa
Que fiz de tudo para não colocar num pedestal
Minha musa
Que fiz de tudo para não transformar num sonho
Amo-te

O desejo se vai, a ternura fica
Por favor
Não seja como o desejo que se vai
Não consigo me ver sem você
Amo-te

Infinitamente
Só que de um jeito diferente
Amo-te

Vazio

Sem céu, sem mar
Sem calor, sem frio
Sem sol, sem lua
Apenas um teto com algumas teias
E uma janela por onde vejo o vento soprar

Toco musicas que me recordam coisas
Como se estivesse possuído por um estranho frenesi
Escrevo poesias compulsivamente
Como um louco
Procurando alguma coisa dentro de mim

Olho para as linhas já escritas
Não vejo nada...
Lá fora o vento uiva cortante com seu eterno frio
Não sinto nada...
Como se fosse apático a tudo

Não há muito mais a ser escrito
Não há muito mais a ser dito

Alguns acham que o vazio
É triste ou angustiante
Mas não...
Ele é simplesmente vazio
É assim que me sinto

Às vezes suplico
Para que alguém me faça parar
Para o que? Não sei...
Só faça isso passar
Alguma coisa que encha todo esse vácuo... Por favor

Seguro-me no que me sobrou
Meu orgulho...
Mas às vezes o sinto esvaindo-se
E sei que é ele que me segura aqui para continuar vivo
Não conheço outras coisas que sejam capazes disso

Morte e vida
Já não fazem mais tanta diferença
Não sei o que me espera do outro lado
Mas não vou me entregar à sorte
Mas não tenho muito que me segure aqui

Queria sumir
Queria que tudo se apagasse
Como se nunca nada que tivesse
Relação comigo
Tivesse existido

Não sei mais o que escrever
Talvez um dia ache de novo
Algo que me faça sentir a vida
Até lá só sinto leves sopros dela
Que vão cada vez se esvaindo, parecendo mais fracos

Não sei dizer
Se isso é um poema
Mas para mim
Não parece nada além
De suplicas de um homem desesperado...

Simplesmente amor


Uns dizem “Aquela musica me lembra você”
Já comigo é diferente
É “Qualquer musica me lembra você”
Em tudo vejo seu rosto
Em tudo escudo tua voz

Se a musica é feliz
Lembro-me do que seu doce sorriso me causa
Se a musica é triste
Assim fico por você não estar contigo agora
E em minha mente, crio uma imagem de você cantado

Ah esse teu sorriso
Queria poder decifrá-lo
Para poder entender
O porquê da minha felicidade
Ah imagino guardar seu sorriso para a eternidade

Quando falo que te amo
Você não me leva a serio
Da um sorriso
E olha para o infinito
E assim tenho vivido

E assim sigo em frente
Feliz por te ter sempre ao meu lado
Conformando-me com o fato de te amar
E ter que calar
Mas enquanto o teu lado estar
Para te proteger e você para me guiar
Eternamente feliz vou ficar

O Imortal

Você ainda se pergunta
Quem eu sou?
E eu ainda respondo, continuarei respondendo
Por anos, séculos, milênios a fio
Pois tenho a eternidade

Sou aquele
Que viu o fôlego do tempo se esvair
Sou aquele que viu eras ascenderem
E caírem

Você se pergunta se eu ainda sinto?
Senti as espadas cortarem meu corpo
Senti tiros constantes perfurarem meu coração
Senti a perda de tudo que me apeguei...
E ainda Sinto...
Sinto os espinhos das rosas dilacerando minhas mãos

Você se pergunta se eu ainda escuto?
Escutei homens gritarem o nome de Deus antes de matarem uns aos outros
Escutei murmúrios de escorpiões voadores matando inúmeras pessoas
Escutei o som que existe no silencio...
E ainda escuto...
Escuto as incansáveis perguntas que me fazem

Você tem tantas dúvidas, todos têm
Os milênios se passaram, vi tantas coisas
Tantas odisséias, tantas cruzadas, tantas guerras...
Pude ver a morte pairar sobre as trincheiras
Pude ver homens morrerem em nome de suas pátrias e de seus lideres
Pude ver as águas se tornarem rubras pelo sangue derramado

Vi a fina e negra chuva de degradação cair sobre os homens
Vi ídolos de pedra feitos para serem eternos virarem poeira
Vi deuses imortais perdendo seu brilho e sendo esquecidos
Vi o tempo engolir lideres invencíveis
Vi ciências se tornarem obsoletas
Vi homens nascerem postumamente

Agora vejo uma raça, um império, encontrando seu epitáfio
Mas como já foi, será novamente
O ciclo gira para todos
Novos impérios nasceram das cinzas desse
Eles nascem eles morrem.

O ciclo infinito, gira para todos
Exceto para mim
Pois eu sou O Imortal.

Elas sempre estarão lá


Elas sempre estarão lá
Seja durante o dia, seja durante a noite
São Elas que ocultam a verdade e a mentira

Impérios nascem
O tempo escorre
Impérios caem

Elas são eternas
Sempre estarão lá
Espreitando

Esperam em tempos e lugares
Esquecidos
Onde a luz não toca

Seja num mausoléu
Seja no horizonte do universo
Elas estarão lá

"No início eram as Trevas"
Assim escreveu o que está oculto
E assim ficou escrito

Os humanos não conseguem entender
O quanto grande Elas são realmente
Não conseguem entender o que não enxergam

Então criam mentiras, criam demônios
Para manter todos longe Delas
Pois eles acham que Elas são perigosas

Eles se afastam Delas
Eles fogem e se escondem
Mas Elas sempre estarão lá, os abraçando

Eles conspiram contra Elas
Mas Elas abraçam-os
Nas noites escuras e frias

Para mim sempre foi espantoso
Sua complexidade e simplicidade
Sua eternidade e profundidade

Elas foram realmente “terríveis” para mim
Desde o início
E sei que serão até depois do fim dos tempos

Elas são eternas
Infinitas
E ilimitadas

São onipresentes, Elas sempre estão lá
Oniscientes, Elas espreitam tudo
E onipotentes, tudo faz parte delas

Tudo é um ciclo
Vida e morte
Morte e vida

No início tudo eram Trevas
No fim também será
Tudo voltará à origem

Abrace-as, pois Elas te abraçam
Elas são mais antigas que o tempo
Pois Elas sempre estiveram, e sempre estarão lá!

Besta


Dentro de você ela grita
Suas garras dilaceram teu coração
Demônios clamam por tua alma
O que você um dia prendeu
Agora se vira contra você

Aquele jardim de rosas
Que outrora
Foi o mais belo de todos
Agora acende em chamas como um inferno
Destruído por você

Tudo aquilo
Que você construiu que você amou
Você agora destrói
E sabe que a única coisa que esta construindo agora
É tua própria tumba

O orgulho
Não te deixa acabar com isso
Pedindo ajuda
Ou
Usando aquele punhal que esta na tua cintura

Sem qualquer amor a si
Você se atira em direção à morte
Buscando acabar com tudo isso
Mas parece
Que ela não quer te dar o abraço derradeiro

Por dentro você esta morrendo
O fogo da ira queimou tua alma e tuas entranhas
E seu coração?
A muito foi dilacerado por
Tudo que você sempre foi e sempre negou

Poeta bom faz poema até sobre picolé


Picolé, Picolé
Seu gelado sabor
Esfria a brasa da minha ira
E torna mais agradável
Esse dia tão quente como
A mais profunda chama do inferno
Somente você picolé

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sozinho na noite


O peso das doze badaladas
Cai sobre meus ombros como um fardo terrível
A maldição da madrugada
A maldição da noite
Sozinho estou nessa eterna noite

Como um desesperado choro
Choro de agonia e angustia
As últimas luzes se apagam
As últimas velas se apagam
Estou sozinho nessa eterna noite

Os gemidos do silencio
Enlouquecem minha mente
O silencio me ensurdece
Todo esse angustiante silencio
A noite invade minha mente

A última vela exala seus derradeiros suspiros
O fogo treme errante
As sombras invadem meu quarto
Não, por favor, não
Não toda essa escuridão

Estou surdo
Em meio ao silencio
Estou cego
Em meio à escuridão
Estou sozinho na noite

O suor frio escorre por minha testa
Grito em desespero
Com ambas as mãos tento esmagar minha cabeça
Mas nada parece afastar
Essa eterna noite em que estou sozinho

Estou me afogando
Nesse mar de caos
Ninguém pode escutar meus gritos
Ninguém pode sentir minha dor
Estou sozinho nessa eterna noite

Tudo se foi
Os corvos voam sobre minha cabeça
As baladas riem com escárnio da minha desgraça
A noite urra aterradora em meio a todo o silencio
Estou sozinho na noite

Hades


As trombetas infernais soam
Os mortos uivam apavorados
As trevas se levantam

As trevas o ocultam
Ele é o imperador sem rosto
Seu nome é Invisível

Sou o imperador oculto
O senhor de todos os pesadelos
Aquele que comanda os demônios
Sou o mar de Caos
Eu sou o Omega

Meu nome não pode ser pronunciado
Pois sou o abismo
Meu rosto não pode ser visto
Pois sou a escuridão
Sou o imperador dos mortos!

Lá em sua morada
Escrito estava
“Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança!”

Sou o imperador mais poderoso
Sou o orgulho

Sou o senhor de toda a devassidão
Sou a luxúria

Sou o senhor de todas as riquezas
Sou a avareza

Aos meus pés tenho o universo, mas quero mais
Sou a gula

Sou aquele que causa dor e sofrimento
Sou a ira

Com desejo olho o que é dos outros
Sou a inveja

Em meu trono permaneço como uma eterna estátua
Sou a preguiça

Sua beleza é suprema
Mas é negra como a noite
Sua alma

Sou o senhor dos cavaleiros do Armageddon
Sou o arquétipo do mal
Sou o Fim
Nos meus olhos brilha o fogo da destruição
Nos meus olhos há o vazio da morte

Sou o deus morto
Sou o imperador eterno
Sou o nome que os mortais não pronunciam
Sou aquele que os imortais temem
Sou Hades!

A cruel tentação e medo
Que em suas palavras habita
Curvaria qualquer mortal ou imortal

A morte ecoa profunda na noite
Gritos apavorantes

Ele gargalha