terça-feira, 17 de junho de 2008

O Imortal

Você ainda se pergunta
Quem eu sou?
E eu ainda respondo, continuarei respondendo
Por anos, séculos, milênios a fio
Pois tenho a eternidade

Sou aquele
Que viu o fôlego do tempo se esvair
Sou aquele que viu eras ascenderem
E caírem

Você se pergunta se eu ainda sinto?
Senti as espadas cortarem meu corpo
Senti tiros constantes perfurarem meu coração
Senti a perda de tudo que me apeguei...
E ainda Sinto...
Sinto os espinhos das rosas dilacerando minhas mãos

Você se pergunta se eu ainda escuto?
Escutei homens gritarem o nome de Deus antes de matarem uns aos outros
Escutei murmúrios de escorpiões voadores matando inúmeras pessoas
Escutei o som que existe no silencio...
E ainda escuto...
Escuto as incansáveis perguntas que me fazem

Você tem tantas dúvidas, todos têm
Os milênios se passaram, vi tantas coisas
Tantas odisséias, tantas cruzadas, tantas guerras...
Pude ver a morte pairar sobre as trincheiras
Pude ver homens morrerem em nome de suas pátrias e de seus lideres
Pude ver as águas se tornarem rubras pelo sangue derramado

Vi a fina e negra chuva de degradação cair sobre os homens
Vi ídolos de pedra feitos para serem eternos virarem poeira
Vi deuses imortais perdendo seu brilho e sendo esquecidos
Vi o tempo engolir lideres invencíveis
Vi ciências se tornarem obsoletas
Vi homens nascerem postumamente

Agora vejo uma raça, um império, encontrando seu epitáfio
Mas como já foi, será novamente
O ciclo gira para todos
Novos impérios nasceram das cinzas desse
Eles nascem eles morrem.

O ciclo infinito, gira para todos
Exceto para mim
Pois eu sou O Imortal.

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