terça-feira, 17 de junho de 2008

Das sombras...

Cai a noite... Surjo das mais impenetráveis selvas
Cercado por minha corte
Que dança e uiva ao meu redor.
È com a noite que surgem os sonhos e os pesadelos...
O que eu sou para você afinal?

Por mais que você me renegue e diga que não presto
Sou eu o único que pode destruir as muralhas que te isolam de todos
Colocar abaixo a torre que te impede de ver a luz da bela lua cheia
Sou eu o único demônio que consegue aniquilar a legião de templários que te guardam
Apenas para chegar até você

A chama que te aquece nas noites geladas
E que destrói as paredes que te cercam
Sou eu

Em minhas patas carrego teu coração
Ainda pulsante
Que a toda a lua cheia parece ter mais vida
Só eu posso carregá-lo... Talvez por suportar seu peso
Ou simplesmente por poder ver a tristeza e incertezas que ele guarda

Renegue-me o quanto quiser
Mas eu posso enxergar no seu angustiado olhar
O quanto você me deseja
Eu posso ver aquilo que está nas trevas
Pois eu cresci nelas

Sou livre...
Livre como o vento, e por isso destrutivo como um tornado
Por isso nunca diga que sou teu

Você diz para levar da sua alcova tudo que desejar
Não é amor que eu quero
Não é nada
Além de você
Arrancar-te da tua alcova e carregar-te junto comigo

Prefere ver-me sofrer ao ver-me contigo?
Isso, porque você está eternamente presa?
E eu sou eternamente livre...
Talvez eu possa ser aprisionado, acorrentado pela eternidade nessa tentativa
Mas talvez possa conseguir libertar-te

Além de você, algo mais eu quero
Era escutar a verdade, por mais que possa vê-la em seus olhos, eu quero escutá-la
Fale que me odeia, sem mentir, ou admita que me deseja

Lembre-se de mais duas coisas
Nunca estarei longe de você
Estou logo nas suas costas, sentindo seu perfume
E eu nunca fujo
Sou insano, e luto até a morte e esta, por ironia, não me é permitida

Agora se vira de costas
Finda esses olhos âmbares
E fala a verdade
Odeias-me ou desejas-me?
Quero ver seus lábios declarando as palavras

Lembra-te mais uma coisa
Mesmo a pior das maldições
Pode se tornar um conveniente presente

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