Sem céu, sem mar
Sem calor, sem frio
Sem sol, sem lua
Apenas um teto com algumas teias
E uma janela por onde vejo o vento soprar
Como se estivesse possuído por um estranho frenesi
Escrevo poesias compulsivamente
Como um louco
Procurando alguma coisa dentro de mim
Não vejo nada...
Lá fora o vento uiva cortante com seu eterno frio
Não sinto nada...
Como se fosse apático a tudo
Não há muito mais a ser dito
É triste ou angustiante
Mas não...
Ele é simplesmente vazio
É assim que me sinto
Para que alguém me faça parar
Para o que? Não sei...
Só faça isso passar
Alguma coisa que encha todo esse vácuo... Por favor
Meu orgulho...
Mas às vezes o sinto esvaindo-se
E sei que é ele que me segura aqui para continuar vivo
Não conheço outras coisas que sejam capazes disso
Já não fazem mais tanta diferença
Não sei o que me espera do outro lado
Mas não vou me entregar à sorte
Mas não tenho muito que me segure aqui
Queria que tudo se apagasse
Como se nunca nada que tivesse
Relação comigo
Tivesse existido
Talvez um dia ache de novo
Algo que me faça sentir a vida
Até lá só sinto leves sopros dela
Que vão cada vez se esvaindo, parecendo mais fracos
Se isso é um poema
Mas para mim
Não parece nada além
De suplicas de um homem desesperado...
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