terça-feira, 17 de junho de 2008

Vazio

Sem céu, sem mar
Sem calor, sem frio
Sem sol, sem lua
Apenas um teto com algumas teias
E uma janela por onde vejo o vento soprar

Toco musicas que me recordam coisas
Como se estivesse possuído por um estranho frenesi
Escrevo poesias compulsivamente
Como um louco
Procurando alguma coisa dentro de mim

Olho para as linhas já escritas
Não vejo nada...
Lá fora o vento uiva cortante com seu eterno frio
Não sinto nada...
Como se fosse apático a tudo

Não há muito mais a ser escrito
Não há muito mais a ser dito

Alguns acham que o vazio
É triste ou angustiante
Mas não...
Ele é simplesmente vazio
É assim que me sinto

Às vezes suplico
Para que alguém me faça parar
Para o que? Não sei...
Só faça isso passar
Alguma coisa que encha todo esse vácuo... Por favor

Seguro-me no que me sobrou
Meu orgulho...
Mas às vezes o sinto esvaindo-se
E sei que é ele que me segura aqui para continuar vivo
Não conheço outras coisas que sejam capazes disso

Morte e vida
Já não fazem mais tanta diferença
Não sei o que me espera do outro lado
Mas não vou me entregar à sorte
Mas não tenho muito que me segure aqui

Queria sumir
Queria que tudo se apagasse
Como se nunca nada que tivesse
Relação comigo
Tivesse existido

Não sei mais o que escrever
Talvez um dia ache de novo
Algo que me faça sentir a vida
Até lá só sinto leves sopros dela
Que vão cada vez se esvaindo, parecendo mais fracos

Não sei dizer
Se isso é um poema
Mas para mim
Não parece nada além
De suplicas de um homem desesperado...

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